quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Hora Extra: Anhangava Noturno

Agora sim! Encerramos definitivamente a temporada 2010 dos Minhocas da Terra. Planejamos repetir a subida ao Anhangava, mas no meio da semana e no final da tarde. A intenção era de assistir ao pôr do sol e tentar observar a lua minguante. Durante à tarde o céu abriu, prometendo sucesso total em nossa empreitada. Saímos do centro de Curitiba, eu(Gandalf), Baby, Sid e os dois convidados Sérgio e Elaine, exatamente às 18h05, em ritmo acelerado para chegarmos até o Campo Asa Delta às 19h, tempo limite para 1h10 de subida e chegar no horário previsto para o pôr do sol em Antonina, o que nos daria alguns minutos apreciando escurecer por sobre o morro. Mas apesar do céu claro, observamos ainda da BR que o Anhangava estava encoberto por nuvens baixas, bem sobre seu cume.

Mas como bons Minhocas, não desistimos, e fomos a toque de caixa atravessando o centro de Quatro Barras em direção ao Anhangava. Além do pôr do sol, a outra parte da aventura era encarar uma descida noturna, para sentir a emoção que o Fôdo teve no acampamento do Itapiroca. Chegamos com horário apertado, e sacando rapidamente o material iniciamos a subida. De cara, a ladeirona ainda na estrada de chão, entre o campo e o início da trilha propriamente dita foi mais difícil que das vezes anteriores devido ao ritmo forte que imprimimos. Esse ritmo mataria 90% das forças do Sid. Iniciada a trilha, não conseguimos manter o velocidade desejada pois o Sid literalmente estava morrendo, sem fôlego. Foi preciso muito incentivo e 'trabalho de guincho' para que não parasse. Conseguimos manter a progressão, mesmo mais devagar, para chegarmos ao cume às 20h15. Mas, a exemplo do que aconteceu na primeira subida ao Mãe Catira, e na segunda tentativa, na Travessia para o Sete, chegamos ao cume sem enxergar nada no entorno. Estávamos literalmente 'nas nuvens'.

Paramos para descansar, recuperar o fôlego, colocar os corta ventos e jaquetas, reidratação e beliscar alguns petiscos típicos, como barras de cereal, mix de castanhas, bananas e sanduiches. Fizemos os primeiros testes
com as lanternas, aliás, foi um item que acertadamente resolvemos duplicar e triplicar. Levamos quatro lanternas extras de mão, além das lanternas de cabeça para cada um dos cinco trekkers. Foi interessante o comentário do Sid que não sentia absolutamente mais nada de dor ou falta de fôlego assim que chegou ao cume. Fica aí registrado o ensinamento que praticamos durante a subida com os incentivos: o exercício de aventura, muito além do que preparo físico, é preciso preparo mental. A mente precisa determinar ao corpo que vai superar seus 'limites'. O corpo vai questionar o esforço não habitual, mas, dependendo de pessoa para pessoa, esse aviso vem muito antes do que realmente suporta. Por isso, durante o trekking, ou qualquer outro esporte, é preciso focar a mente em realizar o desafio, e em especial nas escalaminhadas. As paradas constantes para 'recuperar o fôlego' vão 'desligando' o corpo, ou melhor, evita que ele se adapte melhor ao exercício determinando a direção das energias para onde realmente é necessário naquele momento. Durante o exercício constante e focado, funções digestivas são 'desligadas', por exemplo. O coração acelera para mandar mais oxigênio aos músculos em parceria com a respiração que também acelera para dispor de mais oxigênio. As paradas constantes refrescam o corpo, diminuem a aceleração do coração e respiração. e os músculos passam a doer mais. Importante: estas dicas funcionam bem, porém cada um possui seu limite e restrições. Não devemos sair por aí simplesmente ignorando os sinais do corpo e exigindo que supere limite após limite. Se puder, procure orientação de um profissional de Educação Física e faça um check-up médico antes de buscar essas superações.

Voltando à nossa aventura, o vento aumentou e as nuvens passavam por nós em rajadas molhadas, umedecendo roupas, mochilas e acessórios. Para evitar esfriar demais, pegamos o rumo para baixo às 20h55, com atenção redobrada, pois o nevoeiro atrapalhava a visão com as lanternas e podia pregar peças confundido a profundidade para as passadas e lugares onde estavam a lama encharcada ou as pedras molhadas. O cuidado redobrado evitou tombos, e descemos com certa tranquilidade. É importante ressaltar para quem quiser realizar uma descida ou subida semelhante, durante à noite, que só o faça em lugares que já conheça durante o dia, e ainda, preferencialmente mais de uma vez. O fato de ter a limitação no campo de visão pode trazer displicência nos cuidados com a forma de descer uma pedra, aonde se apoiar e observar melhor as alternativas para transpor obstáculos. Por exemplo: os trechos de rocha inclina e aberta não dão a sensação de perigo e mascaram as consequências de um possível escorregam por ali. A distância do tombo é grande, e no mínimo vários arranhões e escoriações.
E com os cuidados extras foi possível aproveitar bem a descida e até brincar um pouco. Fizemos uma rápida parada na vegetação mais alta entre o Anhangava e o Samambaia, onde nos protegemos um pouco da névoa para tirar as fotos
a la Bruxas de Blair. Mantivemos um nível de conversa baixa, mas constante, para evitar encontros desnecessários com possíveis animais silvestres. Numa dessas conversas, a pérola da trilha foi da Elaine: "Falta muito para chegarmos nos degraus onde tem os paus de madeira?"... alguém conhece alguma loja onde venda paus de ferro ou de plástico? (rsrsrsrs). Chegamos ao final da trilha às 22h30, desligamos todas as lanternas para olharmos para cima: ali do pé do morro o céu estava limpo e repleto de estrelas, numa quantidade que só é possível ver afastado da luminosidade das cidades.

Assim concluímos nossa aventura e encerramos (desta vez de verdade) a temporada 2010, com chave de ouro, com experiências bem diferentes, como horário e navegação na escuridão. Fica o convite para conferirem e participarem da temporada 2011 que vai começar logo, logo.


Abraço, e feliz 2011!!!
Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha



terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Responsabilidade: Bebida e Volante não combinam!

Sei que devo parecer só mais uma pessoa indignada com os excessos que as pessoas cometem no final do ano, mas venho aqui, não para tentar educar, conscientizar ou influenciar ninguém, mas apenas para relatar um fato que me ocorreu neste final de semana. Infelizmente, neste período de final de ano, as pessoas participam de diversas festas e acabam por abusar do consumo do álcool, algo grave por si só, mas muito mais grave quando determinadas pessoas resolvem além de beber, sair dirigindo. Eu não acharia tão grave, caso estas pessoas fossem as únicas, mas infelizmente elas não são as únicas, e acabam atingindo pessoas que não tem nada a ver.

Neste final de semana, me envolvi em um acidente de trânsito, onde eu estava respeitando e obedecendo a todas as leis de trânsito, mas por causa de um indivíduo completamente bêbado, que passou no sinal vermelho em alta velocidade, acabei por sofrer o acidente. Felizmente, consegui minimizar os danos, acabei não sofrendo nenhuma lesão, e minha amiga apenas bateu a perna no painel do carro. Já o outro carro não teve tanta sorte, capotou, caiu dentro de um córrego e dois dos três passageiros foram levados ao hospital. Sorte que não chovia na hora e o córrego estava com um nível baixo de água.

Minha intenção não é de ficar aqui contando minhas histórias, mas é uma forma que eu encontrei de tentar passar uma mensagem a vocês, se quiserem beber, bebam a vontade, mas pensem bem antes de entrar em um carro e sair dirigindo. Ou mesmo em pegar uma carona com alguém que está embriagado, às vezes você pode levar a pior. Infelizmente, centenas de pessoas morrem todos os anos, em acidentes de transito, sendo que estavam apenas obedecendo a lei. No final do ano, as pessoas acabam se empolgando e consumindo uma quantia exagerada de álcool, por isso eu só gostaria de falar, que pensem muito bem antes de sair por aí bebendo.

Fica a dica também para quem gosta de subir um morro, ou fazer uma trilha, para no meio do caminho, ou quando chegar lá em cima, ficar bebendo. Além de não combinar, pare e pense que você está colocando sua vida em risco, pois às vezes, mesmo prestando atenção e tomando cuidado, acabamos escorregando ou caindo no meio da trilha. Sem contar quando andamos à beira de penhascos. Caso esteja alcoolizado, nossas reações ficam mais lentas, e nosso senso crítico e de segurança muda drasticamente, sem contar a possibilidade de se perder em trilhas mais fechadas e de marcação escassa.

Com tudo isso, eu gostaria de chegar a uma conclusão. Pense muito bem em seus atos, direta ou indiretamente eles irão atingir outras pessoas, e estes podem ser positivos ou negativos. Tudo depende apenas de você.

Um Feliz Ano Novo a todos, e com responsabilidade.


Abraços.


Jeep

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Hora Extra: Anhangava de Natal

Por incentivo do Potter, resolvemos agendar uma hora extra na temporada 2010 e subir o Anhangava comemorando o natal. Escolhemos o domingo, 26.12.10, logo após todas as comemorações em família, amigos e comilanças. Já conhecido, marcamos um pouco mais tarde do que de costume e saímos do QG às 08h da manhã, Baby, sua irmã Eliana, Fôdo, Gandalf e Potter, rumo a mais uma aventura. O dia estava sem chuva, mas ainda nublado. Há possibilidade de um céu aberto não era grande, mas a torcida sim. Chegamos no campo de pouso do Asa Delta às 09h, alguns preparativos de praxe e então, pé na trilha. Subimos para curtir mesmo, pois o trajeto estava bem tranquilo, apesar de molhado pelas chuvas da semana. Foi preciso atenção principalmente nas pedras. Pelo caminho encontramos muitas flores, a quantidade de insetos também aumentou consideravelmente das outras vezes devido à estação, início de verão. Apesar do tempo para a subida, não fizemos muitas paradas, mas sim um ritmo mais tranquilo para nos adequarmos à Eliana, nossa convidada especial.
Paramos por alguns minutos no samambaia para um gole a mais de água e algumas fotos. Estava repleto de flores silvestres brancas e amarelas. A chegada ao cume levou 1h30min. Comemos as barras de cereal, bolachas e castanhas que levamos, desta vez nada muito elaborado, pois o plano era de um bate-volta tranquilo, mas rápido. Enquanto saboreava meu mix de castanhas, percebemos que tinha companhia na pedra: um besouro engraçado que, pela foto que consegui tirar, dá para deixar na dúvida se é um inseto mesmo ou um pequeno alienígena (rs rs rs).
Exploramos o cume de ponta-a-ponta, mas não foi possível aproveitar toda a vista, tínhamos apenas céu parcialmente aberto em direção a Quatro Barras, Campina Grande do Sul e ao fundo Curitiba. A serra toda estava coberta por nuvens, não deu para observar a Serra do Ibitiraquire, do Pico Paraná, ou o Conjunto Marumbi, muito menos o Morro do Canal. Mesmo assim o passeio valeu muito à pena. O passeio em família trouxe mais experiência ainda para os trekkers e um gostinho de 'quero mais' para subir novamente e ganhar o presente da vista completa que o Morro proporciona
.
E como hora extra em nosso caso nunca é demais, ficou de pé repetirmos a subida ainda está semana, na terça-feira, dia 28 de dezembro, mas desta vez no final de tarde para vermos o pôr do sol e realizar uma descida noturna. Vamos encarar?


Abraços, Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Travessia Morro do Vigia para Morro do Canal

Realizada a Travessia do Morro do Vigia para o Morro do Canal pelo Minhocas da Terra, no domingo do dia 12 de dezembro de 2010. A trilha encerrou a temporada 2010 do grupo com chave de ouro, possibilitando experiências intensas e muito satisfatórias para coroar essa primeira temporada. Animais, obstáculos de difícil transposição, trilha com marcação sutil, temperos que estiveram presentes nas 8 horas de caminhada Mata Atlântica adentro.
Depois de dois finais de semana adiados e uma semana inteira de olho no céu, finalmente as condições climáticas deram uma trégua e fomos para a trilha. O grupo foi formado com 6 trekkers, 3 Minhocas e 3 convidados: Baby, Gandalf, Jeep, Bruno, Diego e Israel. Atrasamos um pouco nossa saída e a foto oficial foi batida às 07h45. Tudo certo, seguimos em direção à BR 277 e pela a entrada já conhecida para o canal. Nossa aventura ganhou mais dificuldade logo no inicio. O caminho era conhecido, mas a dúvida que pairava é se a erosão que aconteceu no início do ano teria piorado o acesso ou não. Aí se complicou: piorou tanto que a estrada foi interditada, cortada ao meio pelo desbarrancamento que avançou muito. O jeito era contornar. Voltamos até a primeira bifurcação retornando pela esquerda, e não à direita onde entramos para o caminho já conhecido. Por ali chegamos no Caminho Trentino, passando pela Igreja de Nossa Senhora da Assunção, na Colônia Santa Maria do Novo Tirol. Já em seguida encontramos a estrada que contorna a Represa do Cayuguava e seguimos em frente. O desvio acrescentou cerca de 4km no trajeto, mas sem maiores problemas. Fomos o primeiro grupo a chegar no Sitio do Seu Zezinho.
Aproveitei para confirmar com seu neto, Dirceu, que cuida do pastelzão, a entrada para o Morro do Vigia. Começamos a subida às 9h, e antes do primeiro degrau para o acesso ao Morro do Canal, descemos pela esquerda encontrando a 20m adiante uma pequena plaquinha que aponta o início da trilha, à direita. Começamos a subida, desta vez com a estreia de novo equipamento: o Talk About Morotola MR350, com capacidade de alcance para até 56km em área aberta. Ajudou muito nessa aventura. O ritmo foi muito interessantes, todos com vontade e preparo físico suficiente para imprimir avanço rápido. A previsão que o Dirceu nos passou foi de 4 horas para chegar ao cume do Vigia, conforme relato de outros aventureiros. Já para a travessia, descobriríamos somente lá. Na primeira hora de subida já deparamos com rochas formando coberturas naturais e pequenas cavernas, boas para paradas para lanche. A trilha não é marcada com frequência, e precisa de atenção para evitar seguir por trechos duvidosos marcados por água da chuva. Em vários pontos precisamos nos dividir para localizar a continuação, principalmente próximo ao cume, que podemos dizer ser dividido em 3 etapas diferentes, sendo a primeira a Torre Amarela. Todos tiveram grandes participações nesta aventura. Para localizar a continuação da trilha, todos estavam atentos, principalmente o Baby, o aspirante Bruno, e o Jeep. Na tentativa de localizar a segunda etapa do cume, marcada pelo 'dedão' (um apelido mais simpático), o Baby se encarregou de subir um lance de rochas para achar a continuação da trilha, e foi o primeiro a topar literalmente 'de cara' com um bonito exemplar de aranha caranguejeira, também conhecida como tarântula. Tomou um baita susto! Tiramos várias fotos e filmamos a primeira das várias outras que encontraríamos pelo caminho. Tão rápido quanto possível, subindo através da mata mais fechada e próximo ao cume em rochas mais altas que necessitaram de boas doses de contorcionismo, chegamos ao topo às 13h, com exatas 4 horas de escalaminhada, marcando a altitude de 1.319m. O lanche foi rápido, um sanduiche ou uma fruta, um gole d'água e em 15 minutos já retomamos a trilha, agora em direção à travessia propriamente dita. Essa parte tem marcações ainda mais sutis e escassas, inclusive com bifurcações que necessitam de decisão com algum senso de direção para o objetivo. O grupo maior e o rádio foram muito úteis nessa hora, viabilizando a divisão para 'tentativa e erro'. Na primeira bifurcação que encontramos, a direção correta é pela esquerda. A descida até o fundo do vale levou cerca de 1 hora até retomarmos novamente a subida, agora já no Morro do Canal. O tempo começou a fechar um pouco mais, algumas nuvens negras já rodeavam a serra e ouvimos algumas trovoadas ao longe. Alguns minutos de subida e chegamos ao grande obstáculo desta e de todas as outras trilhas dos Minhocas: a corda! A visão não era nada animadora: um paredão de cerca de 10m de altura, com duas cordas com nós penduradas que não tínhamos ângulo para identificar onde estavam fixadas. O ângulo da rocha não permitiria uma apoio para os pés, assim como não há ranhuras para apoía-los durante a subida. Para ajudar ainda mais, estava toda molhada e os calçados do grupo enxarcados de lama. Os 3 que possuíam bota não acreditavam na força dos braços para alavancar-se até em cima. Nesse momento, o Diego e o Israel se voluntariaram para subir, mas tivemos cautela pois a possibilidade de um escorregam para eles que estavam de tênis era grande e não tínhamos como avaliar se a força no braço seria suficiente para se manter literalmente pendurado. Privilegiando a segurança, partimos para a busca de uma rota alternativa. Tentamos o contorno pelo lado esquerdo, onde uma possível trilha se demarcava. À volta desta rocha há muito 'piso falso', ou seja, folhas que se acumulam sobre as raízes das árvores. Chegamos ao ponto onde duas fendas profundas se abriam, e a única forma de continuar era subir entre os galhos sobre a rocha no meio das fendas para tentar alcançar uma passagem no topo para o outro lado, mas sem trilha, teria que ser aberta. Os mais leves foram na frente para tentar abrir a trilha, uma após o outro, mas o lugar era muito difícil e não dava para abrir a trilha prosseguir. E sem a alternativa de contornar sobrou arriscar a subida pela corda ou voltar por onde viemos, o que significaria não cumprir a travessia e mais 4 ou 5 horas para voltar, perto de escurecer e provavelmente com chuva forte.
Os primeiros a chegar à corda foram eu e o Diego. Ele é leve e disse que dava conta do recado no braço. Sugeri que tirasse a mochila e torci para que desse certo. Momento insano, mas funcionou! Ele conseguiu chegar lá em cima apoiando o corpo na rocha quando desequilibrou. O próximo a subir foi Israel, da mesma forma. Chegando lá em cima os dois se encarregaram de auxiliar a puxar os demais. Improvisamos uma cadeirinha de segurança com a ponta de uma das cordas enquanto cada um subia com a outra, quem estava em cima ajudava a aliviar o peso e distribuir a força. Assim fomos subindo um por um, as mochilas foram antes do Jeep e eu fiquei por último pois sabia montar a cadeirinha com a corda. Depois de 1 hora de receio, tensão e esforço, finalmente soltamos o berro de 'Minhocas Uh Ha Ha' no alto da rocha, agora com a corda transposta! Dica para as próximas: uma cadeirinha de segurança pode fazer parte do equipamento.
Depois disso, foram 20 minutos a mais de caminhada para alcançarmos o conhecido cume do Morro do Canal, a 1.280m de altitude. Quando chegamos já não havia mais ninguém por lá dos grupos que avistamos do Morro do Vigia, somente mais duas aranhas caranguejeiras que aproveitavam o sol. Paramos para o descanso merecido, comemos mais algumas barras de cereal, frutas e sanduiches. Antes da foto oficial do cume, aproveitamos para batizar o Bruno, agora Potter.
Começamos a descida exatamente às 17h, depois de uma foto com todo o grupo na tradicional pedra com vista para a represa de Piraquara. Desta vez a trilha é bem conhecida e o trajeto foi tranquilo. As pedras estavam secas diminuindo os riscos de escorregões. No meio do caminho encontramos mais uma aranha caranguejeira e na pedra seguinte dois lagartos que até então não tínhamos conseguido fotografar. Mesmo assim só deu tempo de registrar um deles. Desistimos da ideia inicial de passar por dentro das cavernas, já que a previsão inicial de tempo fora superado e muito. Descemos em 45 minutos, fechando a aventura em praticamente 8 horas de caminhada quase ininterrúptas. Claro que o prêmio final foi o pastelzão do Seu Zezinho acompanhada de uma Coca trincando de gelada! Não é o melhor nem o mais saudável cardápio para um fim de trilha, mas o local, a fome e a comemoração mereceram.
Após este desafio, encerramos a temporada 2010 do Minhocas da Terra, mas já com planos para um início acelerado para a temporada 2011 que promete ainda mais aventuras, novas dificuldades, novos destinos e reencontros com os locais que já passamos. Enquanto isso, curtimos as comemorações e festas de natal e ano novo!


Foto 1: Igreja Nossa Senhora de Assunção, no Caminho Trentino - Piraquara/PR
Foto 2: Início da trilha para o Morro do Vigia
Foto 3: Aranha caranguejeira no Morro do Vigia
Foto 4: Chegada ao cume do Morro do Canal
Foto 5: Foto na pedra do Morro do Canal com vista para Curitiba


Abraço, Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha


Vídeos da aventura: www.youtube.com/user/minhocasdaterra



sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

De Artes Side of The Moon



Neste final de tarde de sexta-feira, dia 10 de dezembro de 2010, tivemos o privilégio de ouvir nosso amigão Tocador honrar seu apelido num show de encerramento do ano letivo do curso de música da UFPR, em Curitiba. O evento levou o nome De Artes Side of The Moon, uma referência ao bloco de artes da universidade adicionado ao nome de um dos mais famosos álbuns da música internacional, da renomada banda Pink Floyd. Os sucessos do álbum como 'Breathe', 'On The Run', Time', 'Money', 'The Great Gig in The Sky', 'Us And Them', 'Brain Damage' e 'Eclipse' fizeram parte da demonstração de primeira do grupo.


Parabéns, Julio TOCADOR Muzzi

Video:
http://www.youtube.com/watch?v=mxxK1P7TFuw




segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Atualização dos Canais dos Minhocas da Terra

Aviso importante: poderá haver dificuldade de acesso em alguns dos canais de comunicação do Minhocas da Terra. Houve uma atualização na última semana no Google, onde temos hospedado nosso domínio 'minhocasdaterra.com'. A atualização consistiu em unificar em uma única base as contas de email do Gmail com as contas APS, aquelas que hospedam os emails proprietários, como o nosso. Assim, os canais do Orkut, Youtube o próprio Blog, antes não identificavam nosso email como conta Gmail criando uma divergência após a unificação.
Ou seja: o google não sabia se quem administrava essas contas era a mesma pessoal que a proprietária do domínio. Assim, foi necessário realizar uma 'pequena' operação técnica para resolver o problema. O acesso ao blog ficou transparente, nada mudo. Porém, o orkut e o youtube ganharam novos endereços. Mas podem ficar tranquilos, tudo esta normalizado e continuaremos atualizando todos os canais.

Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha

Siga-nos:
site - www.minhocasdaterra.com
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sábado, 4 de dezembro de 2010

Adiada Travessia Vigia / Canal

Pessoal, como não houve melhora no tempo, que monitoramos até agora, presando a segurança do grupo e sem a garantia de um bom visual para a conquista da travessia, definimos por adiar o nono desafio do Minhocas da Terra para o próximo domingo, dia 12 de dezembro de 2010. Marquem em suas agendas pois a previsão do tempo até lá é de sol.

Abraço.
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Trekking ganha espaço até em novela

Para os amantes e praticantes do trekking: o esporte foi apresentado de forma muito interessante para o público de todo Brasil através da novela 'Ribeirão do Tempo', exibida no horário das 22h, na Rede Record. Com a participação especial de Rodrigo Faro, que na história visita seu amigo Tito (Ângelo Paes Leme), proprietário de uma pousada na cidade interiorana de Ribeirão do Tempo e que oferece esportes de aventura, como paraquedismo e rafting, incluiu também a 'caminhada ecológica', nosso tradicional trekking, através das matas da região. As cenas foram exibidas em dois dias desta semana, terça e quarta (30/11/10 e 01/12/10) e levantaram assuntos que fazem parte do nosso vocabulário: baixo impacto ambiental, controle do lixo, uso de calçado adequado, hidratação durante a trilha, alimentação antes e durante a aventura. A equipe de guias da pousada organizou a 'caminhada ecológica' para os hóspedes do hotel e também para toda a população da cidade. Antes de iniciar a trilha passaram informações importantes sobre a preservação da natureza e as dicas de postura na trilha para o grupo. Os praticantes de trekking agradecem a excelente abordagem feita sobre nosso esporte realizada pela emissora.

Foto: Rodrigo Faro faz trekking (foto: site UOL)

Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha


terça-feira, 30 de novembro de 2010

SPT 9 - Vigia / Canal, nova data

Todo grupo tem dessas coisas, e o nosso não é diferente. Não conseguimos realizar a travessia do Morro do Vigia para o Morro do Canal neste último domingo de novembro/10, mas já reagendamos para este final de semana. Então, anotem em suas agendas: dia 05 de dezembro de 2010. Assim, fica o convite para participar. Para confirmações, email para contato@minhocasdaterra.com. Estamos de olho no céu, mas a saída é praticamente garantida.


Abraços!
Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Trekking Urbano: Morro do Cristo (União da Vitória/PR)

Às vezes não precisamos ir muito longe para curtir alguns passeios que, na essência, também podem ser chamados de trekking. Em alguns casos nem sair da cidade, como no Morro do Cristo, localizado na cidade de União da Vitória na região sul do Paraná, fronteira com Santa Catarina. Num dos pontos mais altos dos morros que cercam a cidade, em 1968 foi erguida a imagem do Sagrado Coração de Jesus, onde também encontramos na sua base uma pequena capela para os fiéis rezarem e depositarem suas
oferendas por graças alcançadas.
Desde 2007 o acesso foi facilitado pela estrutura disponibilizada pela prefeitura através de melhoria na rua de acesso ao cume e uma boa área de estacionamento. Depois disso, são 217 degraus íngremes que acompanham imagem representativas da 'via crucis'.

Lá do alto a visão é exuberante: a longa curva do rio Iguaçú que banha as cidades de União da Vitória/PR e Porto União/SC. A subida é íngreme até o cume que chega a 928m acima do nível do mar, mas a visão de toda a região não devia passar desapercebida por ninguém que tem a chance de passar pela região. Uma outra cidade próxima, Porto Vitória, a entrada da cidade também dispõe um excelente espetáculo a todos que chegam à cidade. Distante a 15 km de União da Vitória, dispõe de um mirante bem em frente às quedas, permitindo fotos incríveis.



Legenda:
Foto 1: vista de União da Vitória do Morro do Cristo
Foto 2: Sagrado Coração de Jesus - Morro do Cristo
Foto 3: Cachoeira de Porto Vitória/PR


Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Travessia Morro do Vigia para Morro do Canal

Os morros do Vigia e do Canal estão no município de Piraquara/PR e o acesso é realizado pelo famoso sítio do Seu Zezinho, aquele do pastelzão! Este mês de novembro não conseguimos aproveitar os feriados, mas pelo menos no último final de semana vamos realizar esta travessia, melhor se não houver chuvas.
O morro do Canal é bem sinalizado e conta com correntes e degraus preparados para tornar possível o acesso de diversas pessoas. Por isso é bem frequentado, por atletas, bikers, trekkers, montanhistas, grupos diversos e até pessoas que nunca foram a nenhum passeio desse tipo, algo que pudemos realizar com convidados em nosso primeiro acesso ao morro, lá no mês de maio/2010. Desta vez vamos iniciar a trilha pela esquerda, subindo pelo morro do Vigia. Previsão de uma parada para curtir o visual, retomar o fôlego, e então partir para atravessar por cima para o morro do Canal, por onde faremos a descida. Nesta empreitada não é necessário levar equipamentos extras, apenas o básico. Algo para o lanche, água em abundância, mas sem exageros para não sobrecarregar a mochila, protetor solar (indispensável!) e muita alegria e disposição. No final, contamos com o famoso pastel do Seu Zezinho.

Morro do Canal: Dr.Home, Chaveirinho, Baby, Jeep e Tocador

Confirme sua presença pelo contato@minhocasdaterra.com.


Abraços!
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Lixo: ajude a recolher!


Mais do que simplesmente evitar deixar o próprio lixo por onde passamos, o grupo Minhocas da Terra definiu como premissa recolher o máximo de lixo possível que encontrarmos nas trilhas por onde nos aventuramos. Uma forma até pequena de contribuir, mas a soma de pequenas ações leva a grandes resultados. Um dos itens obrigatórios nas mochilas é levar sacolinhas reservadas para trazer o lixo produzido e também recolher o que encontrarmos. Essas sacolinhas voltam normalmente amarradas do lado de fora das mochilas.

Já encontramos algumas coisas pelo caminho, como latas de cerveja, garrafas pet e embalagens de bolachas, mas na última trilha realizada, do Pão de Loth, ficamos indignados duplamente. Já falamos aqui no blog sobre a necessidade de manter o máximo de silêncio para não impactar tanto no ecossistema que atravessamos. No início do Caminho do Itupava há uma pedreira desativada e no formato que permaneceu propicia a propagação considerável de som. Pois bem, encontramos ali uma bateria inteira de fogos de artifício detonada, ainda na base de papelão e a caixa original, além de sacolas plásticas enormes provavelmente utilizadas para transportar a bateria. Por si só o lixo já era algo a questionar, mas ficamos imaginando o barulho que foi produzido e o tamanho do incomodo na vida silvestre que habita as redondezas, já início da Serra do Mar. Apesar da proximidade com o centro urbano, o barulho de fogos de artifício com certeza trás muito mais malefícios que os ruídos produzidos pelos moradores da região no dia-a-dia.

Nunca é demais lembrar que a prática de trekking é contemplativa, não devemos levar das trilhas nada além de fotos e histórias para contar. Traga sempre seu lixo de volta e, se puder contribuir, traga também o lixo que encontrar pelo caminho. No quadro abaixo podemos identificar que o lixo deixado na natureza pode levar muito mais tempo para decompor-se do que podemos aproveitar das trilhas. Não esqueça também que não é necessário provar para ninguém que esteve em qualquer lugar deixando marcas de pichação. Ao contrário do que defendem alguns, pichar a natureza não é, e nunca vai ser, arte. Tire fotos e mostre aos amigos, o visual é muito melhor.


Dica:
- leve sempre sacolinhas extras para recolher o seu lixo, e se houver espaço, o lixo que encontrar pelo caminho também. A natureza e os trekkeiros agradecem!



Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha!



terça-feira, 26 de outubro de 2010

Protetor Solar: uso obrigatório!

A tempos acompanhamos em todos os canais de mídia reportagens e informações sobre o aquecimento global. Já podemos dizer que uma geração nasceu nesta 'nova época' onde os cuidados com a saúde ganharam itens importantes. Um deles, e que está diretamente ligado ao trekking, é a proteção contra o sol, pois a incidência dos raios solares pode causar diversas enfermidades diferentes ou, no mínimo, um grande desconforto nas aventuras prolongadas, com mais de um dia, e mesmo após a aventura.
Porém, não devemos ser radicais e aceitar a ideia que o sol faz mal a saúde. Ao contrário: na medida correta a exposição ao sol é necessária para o nosso metabolismo, com por exemplo auxiliando a vitamina D na absorção de cálcio pelo organismo. Mas essa ativação é feita pelos raios ultravioleta, os mesmos que em excesso nos prejudicam. Os raios ultravioleta (UV) não estão presentes apenas em dias de céu aberto. Mesmo em dias nublados chegam até nós. Por isso, em trilhas fechadas dentro das matas ou nas encostas dos morros com vegetação baixa, o uso de filtro solar é imprescindível.

No mercado encontramos diferentes marcas de filtros solares e devemos prestar atenção ao FPS - Fator de Proteção Solar que indica o grau de proteção contra os raios UV, ou seja, em quantas vezes retarda a ação do sol para queimar a pele do usuário. Por exemplo: se a pele do usuário normalmente leva 10 minutos para queimar após exposta ao sol, utilizando-se do filtro solar de FPS 15 seria necessário 2 horas e meia (150 minutos) de exposição para o mesmo resultado. Os melhores filtros solares protegem tanto contra o UVA quanto ao UVB, mas o FPS está mais associado ao segundo tipo de radiação solar. Além dos filtros, há no mercado os bloqueadores solares que são principalmente indicados às peles mais sensíveis, com FPS mais elevado e de textura mais espessa. Em média um filtro solar com FPS 15 protege a pele contra cerca de 92% da radiação UVB, o FPS 30, 96% e o 60, 98%. Dermatologistas alertam que o tempo de exposição ao sol varia para chegar à queimar à pele de pessoa para pessoa, mas normalmente é menor nas pessoas de tonalidade mais clara.
O filtro solar deve ser aplicado de 15 a 30 minutos antes da exposição ao sol, e no geral têm uma aplicação eficiente durante o período de 2 horas, sendo importante a reposição após este período, ou após mergulhos na água ou muita transpiração. Alguns estudos revelam que a ineficiente dos filtros solares está ligada a falta de cuidado do usuário com as indicações de cada fabricante. Se utilizarmos de forma não adequada, principalmente em quantidade inferior ao sugerido, a proteção diminuirá na mesma proporção. A proporção em geral é de 2 miligramas por centímetro quadrado de pele. Comparando essa medida em um adulto de 1,70m com 60 a 70kg de peso teremos:
- Rosto e pescoço: 1 colher de chá;
- Tronco: 1 colher de sopa para a parte da frente e outra, para a parte de trás;
- Braços: 1 colher de sopa para ambos;
- Pernas: 1 colher de sopa para ambas.
A não utilização do protetor ou bloqueador solar pode trazer como consequências alergias, queimaduras, envelhecimento precoce e, cumulativamente ou não, câncer de pele. Por sua vez, o câncer de pele pode ser resultado de anos de pequenos 'descuidados', instalando-se silenciosamente e gerando problemas severos de saúde se não identificados em tempo para um tratamento adequado. Aliás, o grau de eficiência do tratamento para alcançar a cura depende muito da precocidade da sua identificação. Mas o melhor mesmo é prevenir!


Foto: Jeep e Tocador aplicando filtro solar antes da trilha

Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dia das crinças: Morro Pão de Loth!!!!


Finalmente conquistamos o Pão de Loth! Essa foi a terceira programação que fizemos e finalmente o tempo colaborou, sem chuva, para encararmos essa subida. Nosso amuleto, o Recruta Biel, deu sorte na comemoração do seu dia! E em 12 de outubro de 2010 praticamente inauguramos o programa 'Minhocas do Amanhã' com o pequeno recruta de sete anos, que aguentou firme todo o caminho e já está empolgado para participar de outras aventuras. Comemoramos esse dia num grupo de sete aventureiros: eu (Gandalf), Fôdo, Baby, Sid, Bruno, André e o Recruta Biel.
Voltando ao histórico do morro, não é fácil localizar informações precisas de como chegar lá. Geralmente as dicas são evasivas, nada muito conclusivo, e mesmo no ponto de cadastro do IAP-Instituto Ambiental do Paraná as informações foram desencontradas. Tentado utilizar a gruta d'água do Caminho do Itupava como referência, por lá tivemos a informação que seria após aquele ponto o início da trilha para o Pão de Loth. A frase costumeira é: "sugerimos que sempre sigam a esses lugares com alguém que já foi antes". Boa dica, mas não era o nosso caso. Assim, mantivemos a dica principal: início do Caminho do Itupava, à direita. Faltavam detalhes, mas começamos a caminhada, passando pela pedreira, onde encontramos decepcionados uma bateria de fogos de artifício usada (recolhemos na volta), seguimos adiante passando pelas primeiras pontes de troncos, alcançamos o 'Boa Vista', descemos até a gruta, e continuamos serra abaixo. Já havíamos avistado o morro logo acima, à direita, com a ideia de outra dica que lembramos que a trilha contornava sua base. Com isso foram quase duas horas de descida, e já acentuada. A próxima referência era a Casa do Ipiranga, já nos trilhos da ferrovia, próximo ao Véu da Noiva. Era muita descida! Optamos por voltar e localizar a entrada que inicialmente entendemos como uma possível trilha para os paredões do Loth. Foram mais trinta minutos de retorno, passamos novamente pela Gruta e pelo Boa Vista e finalmente chegamos no início da trilha. Não havia nenhuma marcação que pudesse indicar se era a trilha certa, mas resolvemos encarar depois que perguntamos para um grupo de três rapazes que desciam. E deu certo!
Desta vez acertamos, a trilha estava bem mais fechada que o Itupava, muitos bambus caídos no caminho, mas ainda assim era bem marcada, sem perigo de errar. A subida começou a ficar íngreme, mas nada de grandes dificuldades. Em alguns pontos redobramos a atenção pois a lama estava mais escorregadia, sem pedras para firmar, principalmente no caso do Recruta Biel, pois seu tamanho não permite ainda grandes amplitudes de pernas ou braços. A subida levou cerca de quarenta minutos, e realmente o lugar tem uma vista pra lá de privilegiada. O cume tem uma área grande, com algumas rochas mais destacadas no alto. Conseguimos enxergar desde o Morro do Canal até o Anhangava, da face Oeste, além das cidades de Curitiba, Piraquara, Quatro Barras, Campina Grande do Sul e Colombo, e na face Leste, o Pico Marumbi e a baía de Antonina. Permanecemos por ali por meia hora mais ou menos, lanchamos e a maioria preferiu lagartear nas pedras, enquanto eu e o André demos uma bisbilhota nos cantos do cume.
O morro é bem tranquilo, fácil de subir, possui uma excelente vista, o céu não foi de brigadeiro, mas também não haviam nuvens baixas e a visão ficou excelente. Resolvemos iniciar a descida, ainda na dúvida se daria tempo para esticar até o Anhangava ou pelo menos na sua cachoeira. Fomos até a face Leste do cume, mais algumas fotos, cruzamos com um casal que também subiu, e com o vento frio começamos a descida. Por segurança, resolvemos amarrar uma corda de segurança entre o Recruta Biel e eu, para auxiliar no caso dele escorregar nas partes mais íngremes. Outra vez o garoto surpreendeu: não foi necessário utilizar o freio nenhuma vez e, de quebra, aprendeu a sincronizar a decida esperando nas horas que precisava de maior espaço para me deslocar também.
A descida foi rápida, cerca de 20 minutos e já estávamos de volta ao Itupava. Dali, mais 40 minutos até pedreira, onde recolhemos os restos da bateria de fogos (irresponsável por sinal). Quando chegamos ao posto de controle do IAP, conversei com o fiscal sobre a marcação da entrada da trilha que fizemos, explicou que ainda existem pendências de desapropriação de algumas áreas, e também para evitar um aumento considerável de tráfego naquele morro. Depende ainda de ações e decisões do Conselho Ambiental, e que seria inapropriado, por hora, se marcássemos a trilha com nossas fitas laranja. Mas, para auxiliar um pouco, abaixo deixo algumas referências um pouco mais completas no 'como chegar'. Desistimos de esticar o desafio, e nos despedimos do desafio com a foto final tirada por uma das estagiárias e com o contato no bolso para o pessoal do IAP a fim de levantar a autorização para o nosso próximo desafio: o contorno da Ilha do Mel.

Foto 1: Fôdo,Biel,André,Baby,Bruno,Sid e Gandalf.
Foto 2:
Recruta Biel no seu primeiro desafio.
Foto 3:
Fôdo, Sid, Biel, Bruno, André, Baby e Gandalf



Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha


COMO CHEGAR NO PÃO DE LOTH

- Através de Quatro Barras, pegando o ônibus 'Quatro Barras', no terminal do Guadalupe em Curitiba, indo até o terminal da cidade e pegando o alimentador 'Borda do Campo'. Descer no ponto final e seguir a estrada de terra até o posto de controle do IAP, no início do Caminho do Itupava. O acesso por carro, pode ser pela BRônibus. Tem estacionamento no local, o custo é de R$ 5,00 por carro.
- Inicie o caminho do Itupava, descendo por cerca de 40 a 50 minutos. Passará pela pedreira logo no início, continuando até passar por duas pontes de tronco com corrimão.
- Depois da segunda ponte, em alguns minutos será possível observar o Morro Pão de Loth à direita, se o tempo estiver limpo o suficiente. Fique atento, pois logo em seguida haverá um cotovelo com uma trilha quase que na linha reta enquanto o Itupava segue pela esquerda. Ainda não é a entrada. Na próxima trilha que observar a direita, estreita e com tendência a subir, é por ali.
- Se ficar na dúvida, você acabara seguindo por 5 minutos até chegar no Boa Vista. Nesse ponto você já passou e deverá voltar.
- Caso restem dúvidas de como localizar, entre em contato conosco (contato@minhocasdaterra.com).

Foto 4:
Primeira ponte de troncos com corrimão
Foto 5: Morro Pão de Loth visto do Caminho do Itupava


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pão de Loth - agora vai... (?)

O Pão de Loth é um morro de fácil acesso, através do início da trilha do Itupava, com vista privilegiada para a Serra da Farinha Seca e Marumbi, e do próprio Caminho do Itupava. O nome de Pão de Loth surge oficialmente em documentos datados de 1791 enquanto o Ouvidor Pardinho em 1721 faz referência a Pedra do Descanso situada em sua vertente inferior, a esquerda do caminho, onde os viajantes faziam uma parada para beber da água que brota no fundo de uma gruta próxima.
Estamos ensaiando a subida deste morro a alguns meses, pois o tempo acaba virando sempre próximo da data marcada. Desta vez, o plano é subir no feriado do dia 12 de outubro próximo. O plano é subir numa segunda etapa: primeiro vamos ao topo do Anhangava mais uma vez, através da trilha do Asa Delta. Por enquanto a previsão não é de chuva, mas também não é de tempo ideal. Vamos aguardar a evolução até o final de semana para ver como será. Caso queira compartilhar conosco esse 'bate-volta', é só nos contatar.

Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Receita

Olá a todos os visitantes! Como eu havia prometido no meu último post, vou deixar uma receita fácil e prática: Arroz a Carbonara. Como algumas sugestões iniciais, eu falaria pra levarem o arroz pronto, tipo aquele que fazemos e guardamos a sobra na geladeira, neste caso, na mochila... rsrs.

Arroz a Carbonara
- Uma porção de arroz suficiente para matar a sua fome.
- Lingüiça Calabresa ( normalmente utilizo bacon, mas a lingüiça pode ficar fora da geladeira)
- Batata Palha
- Azeite de Oliva Extra Virgem (ta, pode ser óleo de cozinha mesmo, rsrs)
- Cebola
- Ovo (sugestão, mas pode ficar sem)

Comece colocando um pouco de óleo numa panela, e quando estiver quente, coloque um pouco de cebola picada para fritar, coloque a lingüiça junto, a não ser que tenha uma panela e fogareiro sobrando e queira fritar separado. Assim que a cebola estiver dourada e a calabresa frita, acrescente o arroz e mecha até aquecer. Caso tenha optado pelo ovo, acrescente o ovo e mecha até ele cozinhar (como se estivesse fazendo um omelete mesmo) após estar tudo quente e no ponto que você gosta, acrescente a batata palha e sirva num prato. O tempo de preparo varia de 5 a 10 minutos.
Essa pode ser uma forma de aproveitar a comida que está sobrando em sua geladeira, ou uma forma de cozinhar algo fácil e gostoso em seu acampamento, no meio do mato, sem nada por perto. Testem e sintam-se livres para comentar. Caso tenha pelo menos uma aprovação, coloco outras receitas por aqui.

Abraços
Jeep


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cozinhando no acampamento

Ainda temos histórias para contar do acampamento que fizemos no cume do Pico Itapiroca, no último feriadão de 7 de setembro de 2010. Aproveitando as dicas sobre alimentação passadas pelo Jeep, lembrei de contar como foram algumas de nossas refeições e nossa experiência na cozinha de campanha. Com as dicas do Silvio da Território do Palladium, adquirimos dois fogareiros, um modelo Apolo, com o suporte fixo, e um Guepardo, dobrável, que fica bem pequeno, ocupa menos espaço e é mais leve, porém o primeiro suporta panelas maiores e dispões também de chama mais forte. Dimensionamos para 4 refeições quentes, para 4 a 6 pessoas, 4 cartuchos de gás de 230g. Adquirimos duas panelas e uma leiteira, o suficiente para cozinhar dois pratos quentes ao mesmo tempo e ferver água ou leite no café da manhã.
Nosso primeiro obstáculo para iniciar a prática culinária foi o vento fortíssimo no cume, que atrapalharia a eficiência das chamas e, consequentemente, dissipando calor, além de gastar mais gás. Localizamos no caminho para o cume principal uma clareira no meio da vegetação mais alta onde naturalmente protegia de boa parte do vento. Melhoramos ainda mais o espaço colocando nossa lona multi-uso como uma parede do lado de onde vinha o vento, filtrando praticamente todo o resto de brisa. Ganhamos uma clareira de quase 3 metros para cozinhar com certo conforto, iluminada pelas lanternas de cabeça penduradas nos galhos mais altos. Nosso cardápio original seria mais leve, mas como tínhamos o problema gerado pelo peso dos mantimentos, precisávamos nos desfazer do máximo possível. Além disso, também já existia a possibilidade de encurtarmos o tempo planejado para estadia, e dessa forma optamos por antecipar o cardápio do almoço de domingo para aquele sábado à noite. Era dia 04 de setembro 2010, em torno das 20h30.

Dispomos do seguinte cardápio no jantar: arroz (que já veio pré-cozido), feijão, farofa de soja, steak de frango e salada de legumes com farinha de kibe. No fogareiro maior, coloquei a panela maior com água para iniciar fervura. Assim que ferveu (mais rápido devido a altitude), acrescentei o arroz e deixei terminar de cozinhar e secar. No fogareiro menor, na panela mais baixa coloquei óleo, e depois de pré-aquecido, o alho para dourar, e em seguida a cebola. Depois de dourados, acrescentei orégano, aguardando alguns instantes, então despejei o feijão da caixinha que o Fôdo abriu. Não é necessário acrescentar sal, pois este feijão de caixinha já vem pronto para o consumo. O tempero que fiz é opcional, mas da um gosto todo especial. Lembrando: óleo, alho, cebola e orégano.
Enquanto estes dois pratos quentes cozinhavam, passei para o Fôdo e o Jeep a tarefa de montar a salada de legumes. Foram separando em porções diretamente nos pratos. Lembrete: é importante levar prato e caneca, plástico de preferência, pois são leves e não quebram. Enquanto eu preparava a farinha de trigo numa das canecas, umedecendo com água, eles foram separando as porções com os legumes: batata, cenoura e brócolis, todos já cozidos ao dente em casa. Escorri a água extra da farinha, confesso que cedo demais, pois quanto mais tempo ficar de molho, mais a farinha fica macia, então passei aos dois para misturarem com os legumes. Durante este tempo, o Sid revirava a minha barraca atrás da outra caixinha de feijão, que acabamos encontrando só no outro dia, escondido no fundo da minha mochila. Acabamos ficando com a porção de uma caixinha só, mas foi pra lá de suficiente devido a fartura dos outros itens.


Assim que o arroz secou, desligamos o feijão que já fervia e começamos a completar os pratos. O steak de frango comemos frio mesmo, junto com o arroz e feijão quentinhos, após rasparmos as saladas do prato. Para acompanhar, a farofa de soja que já veio pronta de casa também. Essa farofa é uma pedida excelente! Apesar de seca, ela possui boa dose de proteína e pode durar mais de 10 dias, aliás, quando mais velha, melhor fica! Os ingredientes são: a proteína de soja temperada com 1 pacote de creme de cebola e um pouquinho de óleo, em fogo médio, acrescentando a farinha bijú no final. Fica uma delícia! Até o Sid que não aprova nenhum tipo de farinha ou farofa se rendeu a esta receita.
Optamos por não fazer chá ou café à noite, ficamos na água mesmo, mas racionando com cuidado pois ainda tínhamos o café da manhã e a decida no dia seguinte, e a bica d'água ficava razoavelmente distante e ninguém estava com ânimo para buscar para reposição. Apesar das circunstâncias , a grande fome que estávamos pelo esforço do dia, não é recomendado um cardápio tão rico e farto assim durante à noite, principalmente se o estoque de água estiver baixo. Durante a digestão, é certo que a sede vai bater. Terminamos o jantar e recolhemos todos os apetrechos retornando para o acampamento. A essa altura o plano de jogar truco foi para o espaço, o negócio era dormir mesmo e ver como ficaria para o dia seguinte, continuar ou retornar.

Pela manhã, domingo então, o vento já não era tão forte, decidimos que não era necessário utilizar novamente a clareira e preparamos nosso café ali mesmo, em frente às barracas. Dessa vez o fogareiro foi pilotado pelo Fôdo. Desde o início ele pediu para que fervêssemos o leite, porém argumentei que a melhor opção era fazer o café solúvel com água. Mas como estávamos com pouca água sedi e disse que poderia ferver o leite: deu pulos de alegria! Assim, ferveu exato 1 litro na leiteirinha acrescentou o café solúvel. O cheirinho ficou maravilhoso!! E o gosto mais ainda, graças ao Fôdo que insistiu! Para acompanhar, comemos pão integral fatiado com maionese (levamos em sache), queijo colonial, salame, e mortadela de frango. O café estava tão gostoso que ele foi obrigado a ferver a segunda leiteira: 2 litros de leite para 4 marmanjos! Foi nesse momento que o grupo que estava com o Baby, mas sem ele, passou por nós.
Depois desse maravilhoso café da manhã, e consumida boa parte dos mantimentos que trouxemos, definimos que voltaríamos naquele dia mesmo para casa, pois o tempo estava fechando, o suficiente para não nos deixar coroar bem possíveis conquistas como o Caratuva, o Tucúm e o Camapuã. Ficaram para um próximo ataque. Aproveitem as dicas que deixamos no blog sobre alimentação e planejem bem esta parte da aventura, principalmente quando o trekking passar de um dia.

Foto 1:
Gandalf 'organizando' a cozinha
Foto 2: Gandalf temperando o feijão
Foto 3: Fôdo preparando o fogareiro no café da manhã

abraço.
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha.

Veja também em quadrinhos: Acampamento do Pico Itapiroca




sábado, 18 de setembro de 2010

Alimentação Na Trilha!

Freqüentemente somos indagados sobre a questão da alimentação ao realizar trilhas. Na verdade, não existem grandes segredos, mas como nem sempre achamos na internet muita coisa sobre a alimentação, resolvi disponibilizar por aqui o que utilizamos para repor as energias.
Trilhas Leves
Normalmente com duração de apenas algumas horas ou no máximo um dia, a dica é levar alimentos leves e calóricos, mas atenção, calóricos, porém não gordurosos. Leve algumas barras de cereais, frutas como maçã e banana. Nosso grupo sempre faz um mix de grãos com castanhas do pará, castanhas de cajú, amêndoas, noz macadâmia, nozes, amendoim, uva passa e damasco. Estes grãos, embora leves e de fácil digestão, possuem um alto valor energético, o que pode ser útil, principalmente quando se trata de subir uma montanha, onde o gasto calórico é bem elevado. No caso de decidir levar frutas, a dica é acondicioná-las em potes, pois se estão protegidas não correram o risco de amassarem. Bolachas salgadas também podem ser levadas, mas cuidado também para que não quebrem e virem farelo. Um pote, ou algo para protegê-las do impacto e compressão é sempre bem vindo. Quando a trilha é um pouco mais pesada, para o almoço a sugestão é um sanduíche, um pão francês, hambúrguer e salada. Mesmo frio fica gostoso. Uma barrinha de chocolate como sobremesa também possui um bom valor energético.
Trilhas Pesadas, com mais de um dia de duração.
Neste caso, vale a sugestão acima, para fazer alguns lanches rápidos no intervalo das refeições. Mas para as refeições como café da manhã, almoço e jantar, não pense que alguns lanches serão suficientes.
Para o café da manha, prepare algo reforçado, já que esta é a refeição mais importante do dia. Leve pão, mas procure não levar o de forma, estraga mais rápido e amassa fácil, a sugestão é de levar um pão sírio, pois é leve, ocupa pouco espaço, e dura mais tempo que os demais. Para acompanhar, queijos duros (coloniais) e um salame, já que alguns podem ficar fora da geladeira. E para não comer no seco, pode-se levar uma maionese em sachê ou manteiga, daquelas que são vendidas em latinhas. Uma mistura pronta de café solúvel, leite em pó e açúcar facilita na hora de preparar o café: basta esquentar a água e adicionar o pó. Uma bolachinha para complementar também é um bom pedido.
Já no almoço, não pense que só porque esta no mato você não pode cozinhar como se estivesse na cidade. Arroz, feijão, um pedaço de carne, e uma salada. A dica é levar o arroz pré-cozido, o que facilita imensamente no preparo, além de reduzir significativamente o tempo. Em relação ao feijão, existem alguns em caixinha, praticamente prontos, que auxiliam também. Em relação à carne, procure por cortes defumados ou secos, como a carne seca. Lembre-se que os alimentos ficarão fora da geladeira, então é necessário avaliar a durabilidade destes itens. Uma salada, com verduras pré-cozidas, também é fácil de se preparar.
No Jantar, o cardápio pode seguir a mesma base do almoço, ou então um macarrão, uma lasanha, ou o que tiver em mente. Mas nada de miojo, embora fáceis de fazer, não possuem quase nada de propriedades nutritivas.
O segredo é criar cardápios. Existem também diversas comidas desidratadas, de fácil preparo. Por enquanto, fico por aqui. Logo eu volto com algumas receitas, mais algumas dicas que posso ter esquecido e correções de erros que posso ter feito. Rsrs.


Abraços
Jeep.