sexta-feira, 16 de março de 2012

Madrugando no Anhangava

E voltamos a atividade! As trilhas não foram tão constantes na temporada 2011, mas neste ano nos preparamos para nos movimentar! E o gosto pela novidade é sempre um dos grandes pesos na hora de planejarmos uma trilha. Com um tempinho de sobra, resolvemos realizar um ataque ao Anhangava durante a semana.

Para conciliar os horários com o trabalho, marcamos bem mais cedo dessa vez. Com a saída planejada para às 03h30 da madruga, eu (Gandalf), Jeep e Potter escolhemos realizar a subida do Anhangava pela via mais tradicional e conhecida, partindo do Posto do IAP. Nos acessos anteriores usamos a trilha da Asa Delta. Mas como era a primeira vez, naquela trilha, confesso que enrolei um pouco os outros dois para evitar chegarmos na parte do paredão de pedra ainda no escuro. Afinal, nada de tão espetacular, mas como se tratava do primeiro acesso, por segurança não era legal realizar no escuro.

Após o registro no Posto do IAP - que fica aberto 24 horas - iniciamos a subida às 05h15, todos munidos de lanternas de cabeça e demais equipamentos. Estrada em frente, logo pegamos o início da trilha à direita, mata adentro. Ritmo mais tranquilo e, apesar do horário marcado para retorno, sem pressa ou afobação. Foram mais de 10 dias de tempo bom, praticamente perfeito, na região de Curitiba. A promessa era de um visual dos melhores.

As lanternas iluminavam os pequenos insetos do caminho, chamando atenção pelos seus minúsculos olhos brilhantes. Foi uma diversão a parte. A trilha é bem tranquila e segue mata adentro com pequena elevação. Depois de 2 km de caminhada a elevação passou dos 15º chegando ao máximo de 51º próximo aos 1.250m de altitude.

Já com céu claro, Potter foi identificando as vias pelo caminho, já empolgado e imaginado algumas escaladas na pedra, afinal já vem praticando indoor há alguns meses. Quando saímos da mata fechada encontramos um pequena bifurcação, sendo a trilha para o cume à esquerda, onde o caminho da direita leva a uma das vias de escalada. Contornando essa bifurcação a trilha passa em frente à um conjunto de rochas altas que caprichosamente se juntaram em uma pequena caverna, com teto alto - cerca de 15m talvez - onde é possível realizar uma via de escala ao ar livre indoor! Uma das maiores curiosidades dessa trilha. Um lugar caprichoso, que simula a sensação do indoor, mas completamente ao ar livre.

Seguindo em frente, logo vem o paredão com seu degraus encravados. Fui obrigado a confessar aos meus companheiros de trilha que depois desses dois anos de Minhocas da Terra, a sensação de pavor de alturas já não é mais o mesmo. O cuidado se mantém, sempre alerta e atendo aos detalhes, aliás o que nunca deve ser esquecido, principalmente em esportes como o nosso. Só que o sentimento desconfortável de quase pânico mediante uma altura daquelas já é bem mais fraco e controlável.

E assim seguimos em frente e mais 700m de trilha adiante e 125m para cima, alcançamos o cume às 06h50, depois de 1h35 minutos de trilha pra lá de tranquila, sem exageros físicos e sem paradas para descanso, pois algumas para contemplar os detalhes do trajeto foram suficientes para dosar o esforço.
O visual não era o que esperávamos. As nuvens cobriam o cume e pudemos ver o conjunto do Pico Paraná de relance, por menos de 1 minuto. Decidimos aguardar para ver se limpava. Mas depois de uma hora e meia de espera, um vento gelado e húmido esfriou a temperatura para 18ºC - havíamos começado a subida com 20ºC - e alguns respingos de chuva nos deram o sinal para começarmos a decida. Também com ritmo semelhante levamos pouco mais de uma hora para retornar ao posto do IAP. Já próximo do final da trilha a chuva engrossou o suficiente para nos encharcar.

Demos baixa no nosso registro satisfeitos com a trilha, novamente muito divertida, sem muita complicação, mas totalmente diferente do que fizemos até então. Promessa de que essa temporada nos reserva muita diversão, com segurança sempre, é claro.

Até a próxima
Minhocas da Terra
Minhocas Uh Ha Ha!


Foto 1: Saida do posto do IAP - Gandalf, Potter e Jeep
Foto 2: Escala indoor ao ar livre
Foto 3: último visual aberto, no meio da trilha