quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Acampamento Araçatuba: embaixo d'água!

A vontade de retornar às trilhas era muito grande, e nos empolgamos quando alguns dias de sol se fizeram presentes em Curitiba. O último trekking tinha acontecido a mais de cinco meses e a atividade que conseguimos fazer nesse meio tempo foi uma escalada in door no Campo Base. E para acabar com o jejum pensamos logo num acampamento. Assim retomávamos as aventuras e teríamos pelo menos um pernoite na temporada. Assim eu (Gandalf), Jeep e Potter começamos a nos organizar para realizar o acampamento no Araçatuba. A outra opção era o Caratuva, mas com uma possibilidade de chuva, o acesso para o conjunto PP seria mais complicado e o Araçatuba daria mais opções para escolher um local adequado para armar acampamento. Acompanhando as previsões de vários sites como Simepar e CPTEC, a chuva estaria presente nos dias escolhidos, mas hora ou outra surgiam possibilidades de algum sol ou baixa probabilidade de precipitação. E sabendo dos riscos de ficarmos molhados, preparamos o equipamento para receber água: capas de chuva para mochila, roupas extras e equipamentos protegidos em sacos plásticos. Depois da desistência de alguns companheiros, optamos por dividir uma barraca para dormir e uma segunda, menor para deixarmos as mochilas, organizando a alimentação e os equipamentos para um melhor acesso. Desta fez planejamos um cardápio mais simples, e mais leve do que o acampamento anterior, e que permaneceríamos apenas um pernoite.
Saímos às 07h15 do QG - centro de Curitiba - rumo à BR 376. O trânsito tranquilo de 59 km até a entra do Matulão levou pouco menos de 1 hora, e mais 1,7 km de estradinha de chão até a base, no sítio da Dona Feliciana, com folga para nos prepararmos antes da subida. Nossa previsão era de chegarmos ao meio dia no cume. Iniciamos a subida às 08h50, com sol apontando em meios as nuvens e dando esperanças que teríamos visual lá no alto. A trilha central tem cerca de 10 minutos de mata fechada, depois começa um zig-zag no primeiro lance para diminuir o impacto da inclinação. Levamos cerca de 50 minutos para alcançar o primeiro estágio da subida, cruzando o filete de rio que desse o Araçatuba. Nessa parte avistamos um pequeno arco-íris que, se tivesse um pote de ouro no final, estaria no porta malas do carro que deixamos estacionado lá embaixo. A altura da subida que alcançamos nesse momento estava exatamente sobre o ponto mais alto desse pequeno arco-íris, muito bacana de se ver. A próxima parada foi depois de mais 50 minutos de subida, após ultrapassarmos a parte da trilha onde a muita rocha no chão e a trilha é marcada por pedras amontoadas. O terceiro trecho já nos trouxe a ideia do que seria nossa noite: as nuvens baixaram sobre o morro e o vento começou a soprar forte e com um spray de água que foi literalmente um banho de água fria. Foi de longe um dos trechos mais difíceis que já fizemos, uma inclinação de mais de 45º, vento contrário e garoa constante. Mesmo assim fechamos a previsão e chegamos ao cume às 12h02. O livro do cume foi trocado no início de novembro, bem como a caixa, substituída por uma mais nova.
O vento era intenso e como estávamos molhados, o fato de pararmos ia aumentar ainda mais a sensação de frio. Partimos logo para montar as barracas, e em seguida trocamos a roupa por outras secas. Equipamentos organizados nas duas barracas, resolvemos tirar um cochilo para descansar da subida pesada e das horas de sono reduzidas. A soneca durou pouco mais de uma hora e resolvemos nos preparar psicologicamente para colocar novamente a roupa molhada para buscar água extra. A fonte ideal estaria a três horas de distância - considerando 1 de descida e 2 de subida no ritmo que havíamos realizado. Procuramos a opção de nascentes ali por cima, e o que achamos foi uma água nada confiável. O jeito foi ferver um pouco dessa água para aproveitarmos para cozinhar (nada recomendável), mas arriscamos mesmo assim. Por sorte, não tivemos nenhum 'efeito colateral'. Voltamos para a barraca e começamos a gastar nosso tempo com rodadas de truco a três. Lá fora não sem enxergava além de 20 metros, estávamos mergulhados literalmente nas nuvens. Assim fomos até lá pelas 21h esperando uma trégua da chuva para cozinhar o jantar. Cozinhamos entre as duas barracas improvisando uma proteção extra contra o vento. O tempo de fervura da água variou entre 12 e 13 minutos. No cardápio, macarrão ao molho madeira. As linguiças defumadas ficaram na outra barraca e o ânimo para buscá-las não veio. Mesmo assim ficou saboroso e foi literalmente devorando! Enrolamos um pouco mais para não dormir tão cedo, e lá pelas 22h30 apagamos as luzes. A bom é que tínhamos sinal bom para o meu celular Claro. Os celulares Tim do Jeep e do Potter conseguiram mandar algumas mensagens também e até Internet com alguma dificuldade. Com isso, conseguimos a previsão que, para o dia seguinte, seriam 25mm de chuva para região. Nos preparamos para acordar cedo e, na primeira trégua, levantaríamos acampamento, mesmo sem café da manhã.
Assim, monitoramos a partir das 04h30, e quando chegou às 06h20 já estávamos nos organizando dentro da barraca. Às 07h55 já estávamos com tudo pronto dentro das mochilas e iniciamos a descida, ainda com forte vento e spray d'água. A descida foi tranquila e rápida, chegamos à base em 1h54 min. Trocamos de roupa e comemos boa parte do que tínhamos levado para o café da manhã. Ficou faltando o pão de queijo de frigideira, receita da nossa colega Carol Emboava, do site Cozinha na Mochila, que estava no cardápio, mas não arriscamos cozinhar na chuva pela manhã e a vontade de voltar para casa foi maior do que armar os apetrechos ali na base.
No balanço da aventura ficou a boa performance da nossa barraca, uma Hummer Igloo 3, para 3 pessoas, com impermeabilização para 1.000 mm de coluna d'água, das capas das mochilas e de nossa preparação para enfrentar a chuva. A dificuldade e o esforço nos dão a satisfação de ter cumprido esse desafio de forma segura e com conforto suficiente traduzido nas quase 8 horas de sono que tivemos. No retorno para casa ainda percebemos que o cansaço não era tão grande quando comparado com outras trilhas que já realizamos. Agora é pensar nas próximas.

Abraços,
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha

Foto 1: Potter, Jeep e Gandalf prontos para iniciar a subida do Araçatuba.
Foto 2: Arco-íris avistado no primeiro terço da subida.
Foto 3: Potter confere o novo livro de cume.
Foto 4: Prato do Jeep com o macarrão ao molho madeira do jantar.



sábado, 12 de novembro de 2011

Araçatuba: mochilas prontas

Parece coisa de doido, mas é possível colocar 'milhares' de coisas dentro dessas cargueiras! E as nossas já estão prontas para o acampamento desse feriadão: da esquerda para direita, as cargueiras do Jeep, do Gandalf e do Potter! Se dermos sorte, encontramos com nosso amigo Dalla Trekker lá por cima, pois ele já foi para lá hoje. E você, já está pronto para sua aventura?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Psiscologia por trás da Aventura

O psicólogo e aventureiro Marcelo Guiddi publicou na revista Aventura & Ação um artigo muito interessante sobre os motivos que levam as pessoas em busca de aventuras na Natureza e o impacto que podem causar em suas vidas. Um relato muito interessante para quem já curte e pratica aventuras e também para aqueles que ainda buscam 'coragem' para se iniciar.

Confira o link do artigo 'Aventura e Psiquê: Saindo da Zona de Conforto' publicado no Portal Extremos, ou através do arquivo da revista.

Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Voltamos aos planejamentos!

Depois de muito tempo parados e sem conseguir realizar novas aventuras, os Minhocas vão retomar a atividade, e nada melhor do que encarar, de cara, um novo acampamento. A temporada deste ano de 2011 não foi a mais favorável. Depois das chuvas que causaram deslizamentos sérios na Serra do Mar Paranaense, todo cuidado era pouco. O próprio Caminho do Itupava ficou mais do que os 90 dias previstos interditado. Mas, o final de outubro e inicio de novembro sugere que teremos, pelo menos, algumas 'janelas'. Então, começamos os planejamento e esperamos o feriadão da República, 15 de novembro, com entusiasmo. Retornaremos ao Morro Araçatuba, o mesmo da comemoração de ano novo. E quando voltarmos... muita história para contar! Acompanhe.

Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha!!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Travessia Camapuã Tucum

Tempo bom novamente, agora nos permitiu um visual deslumbrante! Saímos bem cedo no domingo - 05 junho 2011, às 06h45, para encarar a BR ainda mais gelada pois fomos de jeep sem capota os quatro: eu (Gandalf), Baby, Jeep e Potter. Após o primeiro acesso ao Camapuã que realizamos no sábado de carnaval, quando não conseguimos nenhum visual por conta das nuvens baixas e uma gelada chuva, recebemos de presente uma janela de bom tempo sobre e exatamente os dois picos onde estivemos. Ao redor, vários outros morros e picos, já conquistados por nós ou não, estiveram, pelo menos, parte do tempo encoberto. Isso nos trouxe uma alegria a mais pela certeza da boa escolha para o destino nesta retomada. Desta vez a subida estava seca. Segundo a dona Marilena, do Sitio do Bolinha, há uma semana não chovia nos arredores. Saímos do sitio às 08h30 pontualmente, e pudemos comprovar a falta de chuva dos últimos dias durante a parte baixa da trilha, onde cruzamos as cinco ou seis vezes pelo rio que se esgueira pelo vale, junto à trilha, praticamente sem umedecer as botas.
A trilha, tradicionalmente entrelaçada por montes de bambus, estava limpa. Os bambus estavam ao redor secos e já afastados, o que facilitou bastante o avanço. Aliás, a subida pareceu bem mais rápida, apesar do rítmo mais lento em relação à última vez. Isso pelo fato de termos chego de jeep até o sitio, pelas transposições de cursos d'água (resgatei essa do tempo de quartel) e por menos bambus pelo caminho. A partida do Sitio do Bolinha é de uma altura de 933m em relação ao nível do mar, e alcançamos o cume do Camapuã, a 1.706m de altitude, após 03h02min de subida, com 3 paradas: duas de descanso e uma para pregar as novas placas na bifurcação entre a trilha do Tucum e do Ciririca. Paramos por praticamente meia hora para um rápido almoço e decidimos comer a 'sobremesa' no Tucum. A decida ao vale entre os picos e a subida até o cume do Tucum levou mais 43 minutos, o que garantiu um alto consumo de calorias devido a inclinação. Ficamos lá no Tucum por mais uns 45 minutos, aproveitamos para tirar as botas, comer mais alguns beliscos e tirar um cochilo, antes de assinar o livro do cume. Lá do alto pudemos observar ainda mais a serra do conjunto Marumbi e calcular o tamanho dos estragos causados pelas chuvas da semana pós carnaval. Várias cicatrizes foram abertas na mata, causando certa tristeza como amantes da natureza, e uma angústia ainda maior por imaginar o pânico e problemas que ficaram para as pessoas que moram por lá.
Seguindo na nossa aventura, resolvemos retomar a caminhada, agora morro abaixo, pois algumas nuvens já tinham vencido a barreira dos outros morros e rumavam para o local onde estávamos. Ainda tínhamos o trecho de volta no jeep (sem capota) que prometia sensações térmicas geladas! Se chovesse piorava ainda mais. Mas tivemos a sorte de tempo bom também no retorno. Ainda lembrando do visual que tivemos, conseguimos visualizar Antonina, um pedaço da baía de Paranguá, o Conjunto Marumbi, o resto do conjunto do Pico Paraná, o Ananhava, Sete e Catira. Para quem ainda não teve a oportunidade, tenha certeza de que ver toda aquela extensão de Mata Atlântica lá de cima é um privilégio, revigora o espírito, retira o stress acumulado e recarrega as baterias ao máximo. Esqueça fadiga muscular, esqueça talvez sede, talvez fome. Isso tudo fica em último plano. E com essa retomada, agora só nos resta começar a planejar a próxima!


Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha!


Foto 1: travessia de curso d'água - Baby, Potter e Gandalf.
Foto 2: as novas placas fixadas para a bifurcação da trilha entre Tucum e Ciririca.
Foto 3: Jeep observa do Camapuã um dos próximos desafios: Ciririca.
Foto 4: Jeep aponta o cume do Tucum, na trilha seguem Gandalf, Potter e Baby.



domingo, 29 de maio de 2011

Retomada da temporada 2011

Após quase 90 dias sem botar o pé na estrada, é hora de acabar com o longo período de hibernação forçada. Nossos principais destinos foram castigados por fortes chuvas após o final de semana do carnaval e muitas trilhas foram prejudicadas. O Caminho do Itupava foi interditado e, infelizmente, nosso Paraná foi notícia nacional com os problemas nas rodovias próximas ou com destino ao litoral, bem como as cidades no pé da Serra do Mar. Agora com o tempo firmando e o sol mostrando um pouco mais de força, hoje tivemos um dia de céu limpíssimo na capital paranaense e isso já nos motiva a começarmos a 'aquecer os músculos travados'.

Minhocas, preparem suas botas, abastaçam suas garrafas d'água, liberem a mochila. Novas trilhas na sequência!

Excelente semana à todos.

Gangalf.
Minhocas Uh Ha Ha!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Camapuã - faltou a vista

Finalmente retomamos às trilhas neste sábado de carnaval (05 de março de 2011), depois de dois meses de jejum. A chuva não deu exatamente trégua, mas alguns momentos de sol foram suficientes para nos animar. Como trata-se de um feriadão, não pudemos contar com todos, e o Jeep estava 'baixado' com uma dor estranha no pé, preferiu não arriscar. Marcamos para sair mais cedo, dia 05 de março, o Potter chegou ao QG, mais ou menos 6h20, eu (Gandalf), o Fôdo e o Renato já estávamos acordados e quase prontos. Terminamos de montar os sanduiches, finalizando os preparativos. Fizemos a foto tradicional da saída e então, pé na estrada. Os céu muito encoberto não demonstrava se abriria o tempo ou se choveria . Pegamos chuvisco na estrada e quando passamos por Quatro Barras o cume do Anhanva estava todo encoberto, mas em alguns pontos podíamos observar céu azul. Até a estrada de terra que dá acesso ao sítio do Bolinha são cerca de 36km a contar do trevo do Atuba, em direção a São Paulo. A grande referência é o Posto Túlio, o primeiro depois do posto da Polícia Rodoviária que, por sua vez, é logo depois do pedágio. É preciso reduzir e ter muita atenção, pois a entrada não possui silanização e é bem discreta.
A estradinha estava lisa, mas ainda permitia o tráfego. A cerca de 1,5 km do sítio do Bolinha, nos deparamos com 'a grande subida'. À nossa frente, dois carros não encararam: um moça, que mais tarde soubemos deixou um grupo de três rapazes que foram para os Agudos, seguindo a rota de cima, para acampar até terça, e outros dois que resolveram desistir. Optamos por tentar, mas paramos no meio da subida. Voltamos com o carro e paramos no sítio que fica ali, no início dessa subida. Fomos bem recebidos por Antonio, que nos permitiu deixar o carro ali mesmo. Mais tarde, numa conversar após a trilha, conversamos com sua mãe que nos contou ser a filha caçúla dos sete que foram criados no sítio do Bolinha.
Colocamos as mochilas nas costas e iniciamos às 08h00 nossa caminha, acrescida de
um trecho de estrada. Chegamos em 15 minutos no sítio do Bolinha, conversamos com a senhora que estava lá sobre o tempo e pagamos nossa entrada: R$ 2,00 por pessoa e seriam mais R$ 5,00 para deixar o carro. Ela nos avisou que os três outros rapazes já estavam na trilha e nos indicou o vale onde começa a trilha. O sol sorria um pouco aqui, outro pouco ali, e fomos nos embrenhando. A trilha vai seguindo o rio, muito convidativo, durante todo o vale, às vezes à esquerda, às vezes à direita. A trilha atravessa seu curso pelo menos quatro vezes. A mata segue fechada mesmo depois da bifurcação para o Camapuã. Nessa bifurcação, a trilha à esquerda sobe em direção também ao Tucúm, enquanto seguir em frente, pela direita leva até ao Ciririca, através do vale, ou também conhecido como 'caminho de baixo'.
Haviam muitos bambus pelo caminho, entrelaçando-se sobre a trilha, dificultando um pouco a passagem. O terreno estava bem molhado também, consequência das chuvas contínuas dessa época. Mesmo assim continuamos num ritmo constante, sem paradas, até o primeiro platô do Camapuã, já fora da mata fechada. Ali paramos por 10 minutos. A vista não era boa, ao redor, muitas nuvens, inclusive sobre o cume. Observando dali, a subida íngrime lembrou o Araçatuba, mas sem o sol. É fácil observar a trilha que segue um 'fio' de pedra por onde vem escorrendo água, mas mesmo molhada, é bem aderente e mais confiável com as botas do que subir pela vegetação. A partir desse ponto, comecei a ficar um pouco para trás, faltava gás, mas não desisti. O Fôdo e o Potter dispararam na frente para chegar logo ao cume e fazer uma parada longo para descanço e lanche, mas tive que subir bem devagar, intercalando paradas pequenas. O Renato foi acompanhando esse rítmo para que não ficasse muito para trás. Quando finalmente alcancei o cume, pouco mais de 12h00, os três já estavam descansando e lanchando, eu simplesmente deitei para recuperar o fôlego. O tempo fechou de vez e começou uma garoa forte que, por causa do vento forte, parecia uma rajada de gelo. Nos abrigamos como dava em alguma pedras, com esperança de uma pequena janela para alcançar o Tucúm e observar a vista, mas não tivemos sorte. Foi só piorando. Mal deu para ver uma pequena parte do cume ao lado e o frio apertou. Decidimos então voltar logo pois a tendência era piorar. Não foi possível nem registrar com fotos do cume, pois não se enxergava nada em volta. A decida foi relativamente tranquila, com cerca de 2h30 de percurso, com algumas paradas rápidas para recuperar o fôlego. Chegamos no carro, trocamos rapidamente de roupas e mordemos mais algumas barras de cereal, maçãs e sanduiches e nos despedimos do Camapuã encoberto. Ficou o desafio para um ataque num dia com melhores condições e também a dica de, em casos de chuva que isolem o sitio do Bolinha, tem a opção do sitio do Antonio ao pé da 'subida de sabão'.

Abraços
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Navegando nas Redes Sociais

Os Minhocas da Terra estão cada vez mais integrados às redes sociais, para compartilhar informações importantes e curiosas sobre trekking, montanhismo, natureza e comportamento ambiental. E para continuar antenado e permitir cada vez mais o compartilhamento dessas informações o grupo também está agora no Facebook. Se essa é uma das suas principais ferramentas para manter-se atualizado, poderá contar com os Minhocas da Terra também por mais esse canal. Siga-nos!!!


Abraços!
Minhocas da Terra
Minhocas Uh Ha Ha

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Cozinha na Mochila

Este mês de fevereiro está marcado no calendário como estréia do site Cozinha na Mochila, de nossa amiga Carol Emboava. O site foi criado para falar, principalmente, de receitas, técnicas e dicas para cozinhar com fogareiro, dando um toque a mais no sabor das refeições durante as trilhas e acampamentos. Um site que trás a descrição das receitas, o vídeo com a preparação dos pratos e a foto da 'produção' realizada. Mas, cuidado! É preciso escolher bem o horário para não ficar com fome demais! (rsrsrsrs)

Parabéns, Carol, por essa iniciativa super importante para nossa prática esportiva!

Abraço.
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Trilhas e Temporada de Chuva: atenção redobrada

Como vários companheiros nos esporte de trekking e montanhismo indicam, o período mais propício para trilhar caminhos na região da Serra do Mar paranaense é que inicia em maio até setembro, justamente por historicamente o clima de nossa região nesse período ter menos incidência de chuvas. Mas ter a presença das chuvas não é de todo ruim durante uma aventura: nesta época de verão ajuda na trégua com o sol forte e refresca o calor intenso. Porém, é necessário redobrar a atenção em vários aspectos ligados à segurança. Decidir realizar ou não uma trilha no final de semana envolve o acompanhamento próximo aos sites especializados e confiáveis de previsão do tempo. Principalmente em região montanhosa as chuvas constantes durante a semana podem revelar surpresas desagradáveis durante a trilha, como deslizamentos, árvores caídas ou no mínimo alterações na qualidade da água de bicas. Equipamentos confiáveis, como bota por exemplo, auxiliam em contornar algumas dificuldades, mas quando houver dúvida em relação à segurança: não se arrisque. Os destinos estaram lá nas próximas semanas, ou mesmo meses, e é possível reagendar a visita aos lugares desejados.
Com este pensamento, o grupo Minhocas da Terra mantém seus planejamentos mesmo fora da temporada ideal, adequando-se a destinos que podem ser realizados mesmo no período de chuvas, mas com condições de seguranças mínimas observadas. Algumas dicas para este período:
- acompanhar a evolução das previsões do tempo para o dia desejado e também como foi durante a semana anterior a data marcada;
- no equipamento, capa de chuva para a mochila e, mesmo com ela, tudo que for levado é importante ser armazenado em sacos plásticos, bem amarrados. Umas das técnicas que utilizamos, ensinada pelo Tocador, é espremer bem o saco plástico para retirar todo o ar fechando a abertura e enrolando-se bem apertado, criando um laço único para permitir que fiquem bem vedados, mas fácil de abrir sem precisar rasgá-lo;
- dimensione com mais de folga os alimentos e a água a transportar, pode ser que o tempo previsto para realizar a trilha aumente por consequência das condições meteorológicas;
- atenção aos sinais de alterações nas trilhas, se o solo está muito encharcado, se há árvores caídas;
- preferencialmente olho constante no céu para identificar nuvens carregadas de chuvas;
- evite grupos inferiores a quatro pessoas ou maiores que dez. Essa é uma dica também válida para períodos ideais para trilhas;
- evite destinos como cachoeiras ou onde será necessário atravessar rios. As chuvas de verão são mais intensas e provocam as popularmente conhecidas trombas d'água, causadoras de grandes estragos por onde passam;
- deixe sempre informado em casa, para familiares e amigos, para onde está indo e previsões de retorno. Se o local permitir, mantenha consigo celulares e rádios funcionando;
- e o mais importante: se houver a mínima dúvida quanto à segurança individual ou do grupo, não se arrisque.


É possível constantemente localizarmos histórias de aventureiros que passaram do limite ou foram surpreendidos por condições adversas, mesmo com o melhor preparo, conhecimento e equipamento, e sofreram acidentes. Afinal, todo esporte possui seu grau de risco e o trekking e o montanhismo não são diferentes, aliás, podemos dizer que oferecem até um grau maior nesse sentido. Às vezes os acidentes terminam de forma consideravelmente boa, mas em outras são simplesmente trágicas. Mesmo uma aventura de final de semana para descobrir como é esse esporte deve ser bem planejada e considerar os aspectos mínimos de segurança. Aventurar-se sem cuidados é tolice e não trará os resultados que espera-se de satisfação e conquista. Informe-se, pergunte, questione e troque ideias com que já realizou desafios desse tipo. Você pode se apaixonar pelo esporte, mas nunca esqueça da segurança.

Abraço e boas trilhas!
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Morro Araçatuba: começa a temporada 2011!

Para abertura da temporada 2011 do Minhocas da Terra realizamos neste domingo, dia 09 de janeiro, a subida do Araçatuba. Um dos últimos morros ao sul da serra do mar paranaense, no município de Tijucas do Sul, quase divisa com Santa Catarina, com 1.673m de altitude, partido de 912m no pé do morro, início da trilha. Participamos com 6 trekkers: Baby, Fôdo, Gandalf (eu), Gump, Potter e Tocador. Como a distância a percorrer até o pé do morro é um pouco maior que as anteriores, agendamos um formato de saída diferente, para às 06h30 da manhã. Combinamos de nos encontrar no terminal do Hauer. Todos chegaram pontualmente e tiramos ali mesmo a foto oficial. Nos dividimos 3 em cada carro e seguimos em direção à BR 376. Paramos para abastecer no posto que fica imediatamente antes da entrada do aeroporto, ainda na Avenida das Torres, em São José dos Pinhais. Ali zeramos o odômetro para identificar a distância. Seguimos em frente, passamos pelo pedágio e permanecemos atentos para as referências, após a segunda ponte sobre a Represa do Vossoroca há um retorno à esquerda, exatamente onde as pistas da BR se separam. Deste ponto, são exatos 2,7 km para a entrada à direita para a localidade do Matulão. Começamos a rodar na estrada de terra em direção à base do Araçatuba, seguindo em frente sempre por esta estrada, até uma bifurcação bem marcada com tabuletas onde indicava faltarem apenas 2km. Ao chegarmos no sítio da Dona Feliciana e de Seu Amadeus o odômetro marcou 51,7 km desde o posto de São José dos Pinhais. O casal mantém na entrada da trilha banheiros limpos e cobra R$ 10,00 para cuidar de cada carro.
Como saímos cedo, levamos o café para tomar no início da trilha. Devidamente alimentados, chegamos os últimos detalhes do equipamento e das mochilas. E como temporada nova trás ajustes do aprendizado das temporadas antigas, iniciamos a implantação do programa da alogamento específico, ministrado pelo Fôdo. Alongados, mochilas nas costas, iniciamos nossa subida às 08h30. O pedaço de mata atlântica marca presença apenas no inicio da subida, no primeiro quilômetro de caminhada, passando por um pequeno rio que corre pelas pedras formando pequenas piscinas, muito convidativas, que nos fizeram determinar como certo um banho no retorno. Essa primeira parte é bem marca, encontramos três placas indicativas para o 'cume', e não houve maiores problemas. A subida é íngrime apesar de relativamente fácil, e isso aliado ao calor exige esforço considerável de todos já na partida. Em meia hora foi possível apreciar a paisagem ao longe e do alto.
O Araçatuba é conhecido por ser difícil devido ao tipo de vegetação, mais rasteira, que deixa os trekkers desprotegidos do sol e isso aumenta a exigência física. Encontramos algumas pinturas de flechas em algumas rochas, que auxiliam em manter a direção correta, pois o trajeto morro acima é feito em zigue-zague até a metade do caminho. Atravessamos um pequenino fundo de vale, com mata alta que ajudou a refrescar o calor. Ali encontramos novamente o rio que desce o Araçatuba, onde aproveitamos para refrescar um pouco a cabeça. Nessa altura, o Tocador estava sentindo muito o calor, com o 'radiador fervendo' literalmente. Subimos mais uns 300m de trilha e encontramos outro ponto que eleva a dificuldade, num dos primeiros platôs, a formação de pedras toma conta da paisagem e manter-se no caminho exige muita atenção. Nesse momento, os instintos falam mais alto e observar a direção ao cume facilita. Após vencer esta dificuldade, a trilha fica melhor. Mesmo assim, para aqueles que buscarem esse desafio, é importante saber que o morro é visitado por vacas que utilizam a vegetação como pastagem e acabam abrindo outras falsas trilhas. No meio do caminho encontramos vários 'montinhos' que marcavam sua presença, além de um pedaço de terra recentemente marcado por pegadas de bovinos.
Chegamos em um segundo platô onde quase é possível observar o cume, uma subida bem íngreme por sinal, mas praticamente em linha reta. O calor aumentava ainda mais com o esforço físico, e o Tocador precisou baixar o ritmo para conseguir manter-se na subida. No meio desse trecho, encontramos algumas rochas agrupadas que formam um micro caverna, onde paramos por 5 minutos para refrescar um pouco, reduzindo a temperatura corporal. Perde-se muito líquido, principalmente para quem possui tendência a transpirar muito, como no meu caso e do Tocador. Por isso, compensa pensar em excesso de peso carregando mais água. Antes de chegarmos ao ponto mais alto, fizemos mais uma breve parada para recuperar o fôlego e mais 10 minutos depois chegamos no ponto onde está fixado o livro do cume. Devidamente assinado, seguimos mais alguns metros para o outro lado para nos organizar para o almoço. Chegamos ali às 11h30, finalizando 3 horas de subida. Antes de iniciar o 'almoço', realizamos nosso brinde comemorativo de abertura da temporada 2011, com uma SIDRA SEM ÁLCOOL. No vídeo é engraçado observar todos acompanhando a trajetória da rolha para não perdê-la: uma, para não deixar lixo para trás, outra, para guardar como lembrança. Almoçamos e fizemos uma pausa para contemplação individual, mais uma das resoluções do grupo para esta temporada. O céu estava bem nublado, em direção leste a concentração de nuvens ainda maior não permitiu observar a baía de Guaratuba, ou mais à norte tentar enxergar o Pico Paraná. Foi possível identificar apenas o Anhangava. Depois, eu, Fôdo, Baby e Potter, descemos uma parte atrás do cume para explorar um pouco as possibilidades que a região proporciona. Idealizamos um acampamento para futuramente realizarmos uma travessia por sobre os morros em direção sul. Nessa hora, algumas nuvens mais escuras ameaçavam chuva e resolvemos optar por descer. Começamos o retorno às 13h00 com previsão de chegar nos carros, com calma e após um banho de rio, por volta das 16h00. A descida até o primero platô estava bem molhada, vários escorregões e alguns tombos leves fizeram parte do trajeto, com boas risadas. O clima do grupo foi excelente, integrado e atento à segurança e aos princípios que prezamos. Muito satisfatório poder sentir a maturidade que já adquirimos neste esporte como grupo.
Quando alcançamos o platô de pedras confiamos demais no instinto e passamos a curva da trilha que deveríamos fazer à esquerda, seguindo reto, 'mirando' o destino. Caímos na armadilha do Araçatuba e foi necessário retornar uma parte para reencontrar a trilha da subida. Logo em seguida chegamos ao trecho mais alto do rio que corta o caminho e aproveitamos para nos refrescar um pouco mais e reabastecer as garrafinhas. Além do consumo, a água que carregamos estava bem quente. Nada como uma água fresca e mais geladinha para ajudar. Aproveitamos para encharcar os chapéus para aliviar o calor da cabeça. A descida deste ponto pareceu mais rápida e com as nuvens mais altas pudemos enxergar mais longe, uma visão privilegiada de muito verde da mata atlântica. Chegamos em seguida ao rio convidativo e, sem pestanejar, nos livramos do equipamento e mergulhamos na água gelada. O Gump e o Potter preferiram ficar de fora, mas deram boas risadas com as brincadeiras e aproveitaram para mais um lanchinho. Permanecemos ali por cerca de meia hora e então concluímos a última descida que faltava. Ao chegar no estacionamento, um pequeno problema com o carro do Gump e Tocador: um pneu murcho. Nada grave, o Fôdo deu uma mãozinha na troca para estreia do step 'zero bala'. Feita a troca, todos de roupa limpa, tocamos de volta rumo à Curitiba com um sentimento de um desafio realizado com boa dificuldade e revitalizando o prazer que todos como Minhocas da Terra temos pelo trekking. E que venho os novos desafios!


Foto 1: Morro Araçatuba visto da estrada próxima ao sítio base.
Foto 2: Sessão de alogamento antes da trilha.
Foto 3: Chegada no primeiro platô, dominado por pedras.
Foto 4: Assinatura do livro do cumê.
Foto 5: Brinde de abertura da temporada - Gandalf, Gump, Potter, Fôdo, Tocador e Baby.

Abraço. Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha