sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Lixo: ajude a recolher!


Mais do que simplesmente evitar deixar o próprio lixo por onde passamos, o grupo Minhocas da Terra definiu como premissa recolher o máximo de lixo possível que encontrarmos nas trilhas por onde nos aventuramos. Uma forma até pequena de contribuir, mas a soma de pequenas ações leva a grandes resultados. Um dos itens obrigatórios nas mochilas é levar sacolinhas reservadas para trazer o lixo produzido e também recolher o que encontrarmos. Essas sacolinhas voltam normalmente amarradas do lado de fora das mochilas.

Já encontramos algumas coisas pelo caminho, como latas de cerveja, garrafas pet e embalagens de bolachas, mas na última trilha realizada, do Pão de Loth, ficamos indignados duplamente. Já falamos aqui no blog sobre a necessidade de manter o máximo de silêncio para não impactar tanto no ecossistema que atravessamos. No início do Caminho do Itupava há uma pedreira desativada e no formato que permaneceu propicia a propagação considerável de som. Pois bem, encontramos ali uma bateria inteira de fogos de artifício detonada, ainda na base de papelão e a caixa original, além de sacolas plásticas enormes provavelmente utilizadas para transportar a bateria. Por si só o lixo já era algo a questionar, mas ficamos imaginando o barulho que foi produzido e o tamanho do incomodo na vida silvestre que habita as redondezas, já início da Serra do Mar. Apesar da proximidade com o centro urbano, o barulho de fogos de artifício com certeza trás muito mais malefícios que os ruídos produzidos pelos moradores da região no dia-a-dia.

Nunca é demais lembrar que a prática de trekking é contemplativa, não devemos levar das trilhas nada além de fotos e histórias para contar. Traga sempre seu lixo de volta e, se puder contribuir, traga também o lixo que encontrar pelo caminho. No quadro abaixo podemos identificar que o lixo deixado na natureza pode levar muito mais tempo para decompor-se do que podemos aproveitar das trilhas. Não esqueça também que não é necessário provar para ninguém que esteve em qualquer lugar deixando marcas de pichação. Ao contrário do que defendem alguns, pichar a natureza não é, e nunca vai ser, arte. Tire fotos e mostre aos amigos, o visual é muito melhor.


Dica:
- leve sempre sacolinhas extras para recolher o seu lixo, e se houver espaço, o lixo que encontrar pelo caminho também. A natureza e os trekkeiros agradecem!



Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha!



terça-feira, 26 de outubro de 2010

Protetor Solar: uso obrigatório!

A tempos acompanhamos em todos os canais de mídia reportagens e informações sobre o aquecimento global. Já podemos dizer que uma geração nasceu nesta 'nova época' onde os cuidados com a saúde ganharam itens importantes. Um deles, e que está diretamente ligado ao trekking, é a proteção contra o sol, pois a incidência dos raios solares pode causar diversas enfermidades diferentes ou, no mínimo, um grande desconforto nas aventuras prolongadas, com mais de um dia, e mesmo após a aventura.
Porém, não devemos ser radicais e aceitar a ideia que o sol faz mal a saúde. Ao contrário: na medida correta a exposição ao sol é necessária para o nosso metabolismo, com por exemplo auxiliando a vitamina D na absorção de cálcio pelo organismo. Mas essa ativação é feita pelos raios ultravioleta, os mesmos que em excesso nos prejudicam. Os raios ultravioleta (UV) não estão presentes apenas em dias de céu aberto. Mesmo em dias nublados chegam até nós. Por isso, em trilhas fechadas dentro das matas ou nas encostas dos morros com vegetação baixa, o uso de filtro solar é imprescindível.

No mercado encontramos diferentes marcas de filtros solares e devemos prestar atenção ao FPS - Fator de Proteção Solar que indica o grau de proteção contra os raios UV, ou seja, em quantas vezes retarda a ação do sol para queimar a pele do usuário. Por exemplo: se a pele do usuário normalmente leva 10 minutos para queimar após exposta ao sol, utilizando-se do filtro solar de FPS 15 seria necessário 2 horas e meia (150 minutos) de exposição para o mesmo resultado. Os melhores filtros solares protegem tanto contra o UVA quanto ao UVB, mas o FPS está mais associado ao segundo tipo de radiação solar. Além dos filtros, há no mercado os bloqueadores solares que são principalmente indicados às peles mais sensíveis, com FPS mais elevado e de textura mais espessa. Em média um filtro solar com FPS 15 protege a pele contra cerca de 92% da radiação UVB, o FPS 30, 96% e o 60, 98%. Dermatologistas alertam que o tempo de exposição ao sol varia para chegar à queimar à pele de pessoa para pessoa, mas normalmente é menor nas pessoas de tonalidade mais clara.
O filtro solar deve ser aplicado de 15 a 30 minutos antes da exposição ao sol, e no geral têm uma aplicação eficiente durante o período de 2 horas, sendo importante a reposição após este período, ou após mergulhos na água ou muita transpiração. Alguns estudos revelam que a ineficiente dos filtros solares está ligada a falta de cuidado do usuário com as indicações de cada fabricante. Se utilizarmos de forma não adequada, principalmente em quantidade inferior ao sugerido, a proteção diminuirá na mesma proporção. A proporção em geral é de 2 miligramas por centímetro quadrado de pele. Comparando essa medida em um adulto de 1,70m com 60 a 70kg de peso teremos:
- Rosto e pescoço: 1 colher de chá;
- Tronco: 1 colher de sopa para a parte da frente e outra, para a parte de trás;
- Braços: 1 colher de sopa para ambos;
- Pernas: 1 colher de sopa para ambas.
A não utilização do protetor ou bloqueador solar pode trazer como consequências alergias, queimaduras, envelhecimento precoce e, cumulativamente ou não, câncer de pele. Por sua vez, o câncer de pele pode ser resultado de anos de pequenos 'descuidados', instalando-se silenciosamente e gerando problemas severos de saúde se não identificados em tempo para um tratamento adequado. Aliás, o grau de eficiência do tratamento para alcançar a cura depende muito da precocidade da sua identificação. Mas o melhor mesmo é prevenir!


Foto: Jeep e Tocador aplicando filtro solar antes da trilha

Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dia das crinças: Morro Pão de Loth!!!!


Finalmente conquistamos o Pão de Loth! Essa foi a terceira programação que fizemos e finalmente o tempo colaborou, sem chuva, para encararmos essa subida. Nosso amuleto, o Recruta Biel, deu sorte na comemoração do seu dia! E em 12 de outubro de 2010 praticamente inauguramos o programa 'Minhocas do Amanhã' com o pequeno recruta de sete anos, que aguentou firme todo o caminho e já está empolgado para participar de outras aventuras. Comemoramos esse dia num grupo de sete aventureiros: eu (Gandalf), Fôdo, Baby, Sid, Bruno, André e o Recruta Biel.
Voltando ao histórico do morro, não é fácil localizar informações precisas de como chegar lá. Geralmente as dicas são evasivas, nada muito conclusivo, e mesmo no ponto de cadastro do IAP-Instituto Ambiental do Paraná as informações foram desencontradas. Tentado utilizar a gruta d'água do Caminho do Itupava como referência, por lá tivemos a informação que seria após aquele ponto o início da trilha para o Pão de Loth. A frase costumeira é: "sugerimos que sempre sigam a esses lugares com alguém que já foi antes". Boa dica, mas não era o nosso caso. Assim, mantivemos a dica principal: início do Caminho do Itupava, à direita. Faltavam detalhes, mas começamos a caminhada, passando pela pedreira, onde encontramos decepcionados uma bateria de fogos de artifício usada (recolhemos na volta), seguimos adiante passando pelas primeiras pontes de troncos, alcançamos o 'Boa Vista', descemos até a gruta, e continuamos serra abaixo. Já havíamos avistado o morro logo acima, à direita, com a ideia de outra dica que lembramos que a trilha contornava sua base. Com isso foram quase duas horas de descida, e já acentuada. A próxima referência era a Casa do Ipiranga, já nos trilhos da ferrovia, próximo ao Véu da Noiva. Era muita descida! Optamos por voltar e localizar a entrada que inicialmente entendemos como uma possível trilha para os paredões do Loth. Foram mais trinta minutos de retorno, passamos novamente pela Gruta e pelo Boa Vista e finalmente chegamos no início da trilha. Não havia nenhuma marcação que pudesse indicar se era a trilha certa, mas resolvemos encarar depois que perguntamos para um grupo de três rapazes que desciam. E deu certo!
Desta vez acertamos, a trilha estava bem mais fechada que o Itupava, muitos bambus caídos no caminho, mas ainda assim era bem marcada, sem perigo de errar. A subida começou a ficar íngreme, mas nada de grandes dificuldades. Em alguns pontos redobramos a atenção pois a lama estava mais escorregadia, sem pedras para firmar, principalmente no caso do Recruta Biel, pois seu tamanho não permite ainda grandes amplitudes de pernas ou braços. A subida levou cerca de quarenta minutos, e realmente o lugar tem uma vista pra lá de privilegiada. O cume tem uma área grande, com algumas rochas mais destacadas no alto. Conseguimos enxergar desde o Morro do Canal até o Anhangava, da face Oeste, além das cidades de Curitiba, Piraquara, Quatro Barras, Campina Grande do Sul e Colombo, e na face Leste, o Pico Marumbi e a baía de Antonina. Permanecemos por ali por meia hora mais ou menos, lanchamos e a maioria preferiu lagartear nas pedras, enquanto eu e o André demos uma bisbilhota nos cantos do cume.
O morro é bem tranquilo, fácil de subir, possui uma excelente vista, o céu não foi de brigadeiro, mas também não haviam nuvens baixas e a visão ficou excelente. Resolvemos iniciar a descida, ainda na dúvida se daria tempo para esticar até o Anhangava ou pelo menos na sua cachoeira. Fomos até a face Leste do cume, mais algumas fotos, cruzamos com um casal que também subiu, e com o vento frio começamos a descida. Por segurança, resolvemos amarrar uma corda de segurança entre o Recruta Biel e eu, para auxiliar no caso dele escorregar nas partes mais íngremes. Outra vez o garoto surpreendeu: não foi necessário utilizar o freio nenhuma vez e, de quebra, aprendeu a sincronizar a decida esperando nas horas que precisava de maior espaço para me deslocar também.
A descida foi rápida, cerca de 20 minutos e já estávamos de volta ao Itupava. Dali, mais 40 minutos até pedreira, onde recolhemos os restos da bateria de fogos (irresponsável por sinal). Quando chegamos ao posto de controle do IAP, conversei com o fiscal sobre a marcação da entrada da trilha que fizemos, explicou que ainda existem pendências de desapropriação de algumas áreas, e também para evitar um aumento considerável de tráfego naquele morro. Depende ainda de ações e decisões do Conselho Ambiental, e que seria inapropriado, por hora, se marcássemos a trilha com nossas fitas laranja. Mas, para auxiliar um pouco, abaixo deixo algumas referências um pouco mais completas no 'como chegar'. Desistimos de esticar o desafio, e nos despedimos do desafio com a foto final tirada por uma das estagiárias e com o contato no bolso para o pessoal do IAP a fim de levantar a autorização para o nosso próximo desafio: o contorno da Ilha do Mel.

Foto 1: Fôdo,Biel,André,Baby,Bruno,Sid e Gandalf.
Foto 2:
Recruta Biel no seu primeiro desafio.
Foto 3:
Fôdo, Sid, Biel, Bruno, André, Baby e Gandalf



Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha


COMO CHEGAR NO PÃO DE LOTH

- Através de Quatro Barras, pegando o ônibus 'Quatro Barras', no terminal do Guadalupe em Curitiba, indo até o terminal da cidade e pegando o alimentador 'Borda do Campo'. Descer no ponto final e seguir a estrada de terra até o posto de controle do IAP, no início do Caminho do Itupava. O acesso por carro, pode ser pela BRônibus. Tem estacionamento no local, o custo é de R$ 5,00 por carro.
- Inicie o caminho do Itupava, descendo por cerca de 40 a 50 minutos. Passará pela pedreira logo no início, continuando até passar por duas pontes de tronco com corrimão.
- Depois da segunda ponte, em alguns minutos será possível observar o Morro Pão de Loth à direita, se o tempo estiver limpo o suficiente. Fique atento, pois logo em seguida haverá um cotovelo com uma trilha quase que na linha reta enquanto o Itupava segue pela esquerda. Ainda não é a entrada. Na próxima trilha que observar a direita, estreita e com tendência a subir, é por ali.
- Se ficar na dúvida, você acabara seguindo por 5 minutos até chegar no Boa Vista. Nesse ponto você já passou e deverá voltar.
- Caso restem dúvidas de como localizar, entre em contato conosco (contato@minhocasdaterra.com).

Foto 4:
Primeira ponte de troncos com corrimão
Foto 5: Morro Pão de Loth visto do Caminho do Itupava


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pão de Loth - agora vai... (?)

O Pão de Loth é um morro de fácil acesso, através do início da trilha do Itupava, com vista privilegiada para a Serra da Farinha Seca e Marumbi, e do próprio Caminho do Itupava. O nome de Pão de Loth surge oficialmente em documentos datados de 1791 enquanto o Ouvidor Pardinho em 1721 faz referência a Pedra do Descanso situada em sua vertente inferior, a esquerda do caminho, onde os viajantes faziam uma parada para beber da água que brota no fundo de uma gruta próxima.
Estamos ensaiando a subida deste morro a alguns meses, pois o tempo acaba virando sempre próximo da data marcada. Desta vez, o plano é subir no feriado do dia 12 de outubro próximo. O plano é subir numa segunda etapa: primeiro vamos ao topo do Anhangava mais uma vez, através da trilha do Asa Delta. Por enquanto a previsão não é de chuva, mas também não é de tempo ideal. Vamos aguardar a evolução até o final de semana para ver como será. Caso queira compartilhar conosco esse 'bate-volta', é só nos contatar.

Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha