quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Acampamento Araçatuba: embaixo d'água!

A vontade de retornar às trilhas era muito grande, e nos empolgamos quando alguns dias de sol se fizeram presentes em Curitiba. O último trekking tinha acontecido a mais de cinco meses e a atividade que conseguimos fazer nesse meio tempo foi uma escalada in door no Campo Base. E para acabar com o jejum pensamos logo num acampamento. Assim retomávamos as aventuras e teríamos pelo menos um pernoite na temporada. Assim eu (Gandalf), Jeep e Potter começamos a nos organizar para realizar o acampamento no Araçatuba. A outra opção era o Caratuva, mas com uma possibilidade de chuva, o acesso para o conjunto PP seria mais complicado e o Araçatuba daria mais opções para escolher um local adequado para armar acampamento. Acompanhando as previsões de vários sites como Simepar e CPTEC, a chuva estaria presente nos dias escolhidos, mas hora ou outra surgiam possibilidades de algum sol ou baixa probabilidade de precipitação. E sabendo dos riscos de ficarmos molhados, preparamos o equipamento para receber água: capas de chuva para mochila, roupas extras e equipamentos protegidos em sacos plásticos. Depois da desistência de alguns companheiros, optamos por dividir uma barraca para dormir e uma segunda, menor para deixarmos as mochilas, organizando a alimentação e os equipamentos para um melhor acesso. Desta fez planejamos um cardápio mais simples, e mais leve do que o acampamento anterior, e que permaneceríamos apenas um pernoite.
Saímos às 07h15 do QG - centro de Curitiba - rumo à BR 376. O trânsito tranquilo de 59 km até a entra do Matulão levou pouco menos de 1 hora, e mais 1,7 km de estradinha de chão até a base, no sítio da Dona Feliciana, com folga para nos prepararmos antes da subida. Nossa previsão era de chegarmos ao meio dia no cume. Iniciamos a subida às 08h50, com sol apontando em meios as nuvens e dando esperanças que teríamos visual lá no alto. A trilha central tem cerca de 10 minutos de mata fechada, depois começa um zig-zag no primeiro lance para diminuir o impacto da inclinação. Levamos cerca de 50 minutos para alcançar o primeiro estágio da subida, cruzando o filete de rio que desse o Araçatuba. Nessa parte avistamos um pequeno arco-íris que, se tivesse um pote de ouro no final, estaria no porta malas do carro que deixamos estacionado lá embaixo. A altura da subida que alcançamos nesse momento estava exatamente sobre o ponto mais alto desse pequeno arco-íris, muito bacana de se ver. A próxima parada foi depois de mais 50 minutos de subida, após ultrapassarmos a parte da trilha onde a muita rocha no chão e a trilha é marcada por pedras amontoadas. O terceiro trecho já nos trouxe a ideia do que seria nossa noite: as nuvens baixaram sobre o morro e o vento começou a soprar forte e com um spray de água que foi literalmente um banho de água fria. Foi de longe um dos trechos mais difíceis que já fizemos, uma inclinação de mais de 45º, vento contrário e garoa constante. Mesmo assim fechamos a previsão e chegamos ao cume às 12h02. O livro do cume foi trocado no início de novembro, bem como a caixa, substituída por uma mais nova.
O vento era intenso e como estávamos molhados, o fato de pararmos ia aumentar ainda mais a sensação de frio. Partimos logo para montar as barracas, e em seguida trocamos a roupa por outras secas. Equipamentos organizados nas duas barracas, resolvemos tirar um cochilo para descansar da subida pesada e das horas de sono reduzidas. A soneca durou pouco mais de uma hora e resolvemos nos preparar psicologicamente para colocar novamente a roupa molhada para buscar água extra. A fonte ideal estaria a três horas de distância - considerando 1 de descida e 2 de subida no ritmo que havíamos realizado. Procuramos a opção de nascentes ali por cima, e o que achamos foi uma água nada confiável. O jeito foi ferver um pouco dessa água para aproveitarmos para cozinhar (nada recomendável), mas arriscamos mesmo assim. Por sorte, não tivemos nenhum 'efeito colateral'. Voltamos para a barraca e começamos a gastar nosso tempo com rodadas de truco a três. Lá fora não sem enxergava além de 20 metros, estávamos mergulhados literalmente nas nuvens. Assim fomos até lá pelas 21h esperando uma trégua da chuva para cozinhar o jantar. Cozinhamos entre as duas barracas improvisando uma proteção extra contra o vento. O tempo de fervura da água variou entre 12 e 13 minutos. No cardápio, macarrão ao molho madeira. As linguiças defumadas ficaram na outra barraca e o ânimo para buscá-las não veio. Mesmo assim ficou saboroso e foi literalmente devorando! Enrolamos um pouco mais para não dormir tão cedo, e lá pelas 22h30 apagamos as luzes. A bom é que tínhamos sinal bom para o meu celular Claro. Os celulares Tim do Jeep e do Potter conseguiram mandar algumas mensagens também e até Internet com alguma dificuldade. Com isso, conseguimos a previsão que, para o dia seguinte, seriam 25mm de chuva para região. Nos preparamos para acordar cedo e, na primeira trégua, levantaríamos acampamento, mesmo sem café da manhã.
Assim, monitoramos a partir das 04h30, e quando chegou às 06h20 já estávamos nos organizando dentro da barraca. Às 07h55 já estávamos com tudo pronto dentro das mochilas e iniciamos a descida, ainda com forte vento e spray d'água. A descida foi tranquila e rápida, chegamos à base em 1h54 min. Trocamos de roupa e comemos boa parte do que tínhamos levado para o café da manhã. Ficou faltando o pão de queijo de frigideira, receita da nossa colega Carol Emboava, do site Cozinha na Mochila, que estava no cardápio, mas não arriscamos cozinhar na chuva pela manhã e a vontade de voltar para casa foi maior do que armar os apetrechos ali na base.
No balanço da aventura ficou a boa performance da nossa barraca, uma Hummer Igloo 3, para 3 pessoas, com impermeabilização para 1.000 mm de coluna d'água, das capas das mochilas e de nossa preparação para enfrentar a chuva. A dificuldade e o esforço nos dão a satisfação de ter cumprido esse desafio de forma segura e com conforto suficiente traduzido nas quase 8 horas de sono que tivemos. No retorno para casa ainda percebemos que o cansaço não era tão grande quando comparado com outras trilhas que já realizamos. Agora é pensar nas próximas.

Abraços,
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha

Foto 1: Potter, Jeep e Gandalf prontos para iniciar a subida do Araçatuba.
Foto 2: Arco-íris avistado no primeiro terço da subida.
Foto 3: Potter confere o novo livro de cume.
Foto 4: Prato do Jeep com o macarrão ao molho madeira do jantar.



sábado, 12 de novembro de 2011

Araçatuba: mochilas prontas

Parece coisa de doido, mas é possível colocar 'milhares' de coisas dentro dessas cargueiras! E as nossas já estão prontas para o acampamento desse feriadão: da esquerda para direita, as cargueiras do Jeep, do Gandalf e do Potter! Se dermos sorte, encontramos com nosso amigo Dalla Trekker lá por cima, pois ele já foi para lá hoje. E você, já está pronto para sua aventura?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Psiscologia por trás da Aventura

O psicólogo e aventureiro Marcelo Guiddi publicou na revista Aventura & Ação um artigo muito interessante sobre os motivos que levam as pessoas em busca de aventuras na Natureza e o impacto que podem causar em suas vidas. Um relato muito interessante para quem já curte e pratica aventuras e também para aqueles que ainda buscam 'coragem' para se iniciar.

Confira o link do artigo 'Aventura e Psiquê: Saindo da Zona de Conforto' publicado no Portal Extremos, ou através do arquivo da revista.

Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Voltamos aos planejamentos!

Depois de muito tempo parados e sem conseguir realizar novas aventuras, os Minhocas vão retomar a atividade, e nada melhor do que encarar, de cara, um novo acampamento. A temporada deste ano de 2011 não foi a mais favorável. Depois das chuvas que causaram deslizamentos sérios na Serra do Mar Paranaense, todo cuidado era pouco. O próprio Caminho do Itupava ficou mais do que os 90 dias previstos interditado. Mas, o final de outubro e inicio de novembro sugere que teremos, pelo menos, algumas 'janelas'. Então, começamos os planejamento e esperamos o feriadão da República, 15 de novembro, com entusiasmo. Retornaremos ao Morro Araçatuba, o mesmo da comemoração de ano novo. E quando voltarmos... muita história para contar! Acompanhe.

Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha!!!