domingo, 20 de junho de 2010

Bota: o item mais importante

Um dos itens mais importantes para o equipamento do trekker é a bota. Não exatamente uma bota, podemos chamar quase de 'butina'. No início de nossas aventuras, pesquisei em diversos sites e fóruns em busca do que uma bota para trekking precisava ter. A tecnologia é grande: impermeabilização por teflon, couro hidrofugado, solado anti-derrapante, leveza, rigidez. Mas uma das dicas mais importantes que encontrei foi sobre o conforto. Definitivamente são os pés os grandes astros desse esporte e devemos dedicar a eles a maior atenção. Dicas de marcas e suas tecnologias, o custo benefício e algumas decepções ajudaram a manter a atenção na hora da escolha. Mas aquela dica de conforto ficou martelando e foi nela que fiz o embasamento da minha compra. Experimentando botas mais famosas, inclusive usadas por esportistas renomados em escaladas, se apresentaram, para mim, rígidas demais e pareciam que seriam transtorno após o décimo quilômetro.
E como estamos inciando, o preço ajudou na hora de pedir ao vendedor para experimentar. Ao contrário das outras, com valores de R$ 300,00 a R$ 400,00, pedi também por uma bota de R$ 180,00. Grande surpresa: a mais barata era a mais confortável! Não tinha a pretenção de manter seu pé seco por 5 dias, mas de auxiliar para evitar que fique enxarcado. Possui uma paumilia de EVA que ao andar dá impressão que estamos sobre molas. Possui um razoável grau de impermeabilização, bico rígido e um solado bem desenhado que além de ajudar na aderência, transmite conforto sobre terrenos acidentados. Design bonito, custurada e colada. Vamos com essa.
Na primeira trilha, foram quase 30 km e muitos filetes d'água que testaram nossa bota nova. Com base na minha sugestão, o grupo de 8 trekkers tinha 5 botas iguais. Ela aguentou bem o tranco. Tem uma aderência sensacional, que chega até a prejudicar quando queremos escorregar de propósito. Depois disso, foi só juntando quilometragem, e com mais de 70 km cumpridos, sobre pedras, pedregulhos, barro, saibro, asfalto, completamente enxarcada, e lavando sempre a cada desafio cumprido, está como nova. Aliada a uma meia de lã grossa, nada de calos, mesmo após o último desafio que começou às 07h30 da manhã e acabou só às 18h30, com muita chuva e enormes poças d'água e lamassal. Continua firme! Por isso, o Minhocas da Terra recomenda aos trekkers que vão adquirir sua primeira bota por experimentar a Mac Boot, produto nacional e que já foi testado, e bastante, por nós. Vale a pena!

Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha
site do fornecedor: http://www.macboot.com.br



sábado, 19 de junho de 2010

Comportamento na Trilha

Muitas vezes, ao realizar trilhas, acabamos percebendo algumas atitudes um tanto quanto desnecessárias. Quando realizo uma trilha, aproveito para me integrar com a natureza, observar o cenário, escutar o silêncio, os animais e até mesmo o assobio do vento, utilizar aquele momento para uma reflexão, ou mesmo para livrar os pensamentos. Mas muitas vezes, vemos pessoas que podem até gostar do contato com a natureza, do desafio pessoal, mas que enfrentam aquilo como uma simples aventura, e que acham que por isso podem fazer o que querem. Uma coisa que me irrita, e acredito que a maioria dos trekkers e montanhistas, é encontrar lixo no meio do caminho, um ato de total desrespeito com os outros e principalmente com o ecossistema. Pessoalmente, também acho que estes locais não são para se ficar fazendo algazarra, gritando o tempo inteiro. Não digo que deve-se fazer um silêncio absoluto, eu mesmo converso, gosto de gritar quando chego ao cume, momentos de extravasar, mas descordo com o barulho contínuo e ininterrupto. Acredito que muitas destas pessoas, acabam aceitando o convite somente para dizer, “eu fui”, e não para contemplar a natureza. Concordo, que caso seja o estilo do grupo, e todos concordem com certa “bagunça” tudo bem, mas acabo me chateando com pessoas que acabam sendo convidadas e acabam extrapolando os limites de boa convivência. Gostaria de ressaltar que esta é apenas uma opinião pessoal e não quer dizer que todos do nosso grupo pensem a mesma coisa, muito menos todos os aventureiros que apreciam um contato direto com a natureza. Acho que mais que informativo, esse texto pode ser considerado um desabafo pessoal.

Abraços e até a próxima.
Jeep


sábado, 5 de junho de 2010

Itupava: um caminho embaixo d'água

Resolvemos antecipar em um dia a descida do Caminho do Itupava, e na sexta-feira de feriadão, dia 04 de junho de 2010, os Minhocas tinha seis integrantes e três convidados, grupo total de nove trekkers. Destaque para o Paulo, pai do Chaveirinho, que no final disse que "foi uma aventura muito divertida!". Todos madrugaram e estávamos reunidos no QG às 05h30 da matina. A previsão do tempo não ajudava, com seus 80% de chuva para 15mm de intensidade, chuva p'ra caramba! Mas não foi o suficiente para desistirmos. A alvorada prevista para às 06h52, e o pôr to do às 17h32.
Pegamos o ônibus Ctba/Quatro Barras no terminal do Guadalupe, às 06h00, e 45 minutos depois estávamos no terminal de Quatro Barras e conseguimos pegar o ônibus Borda do Campo às 06h50, com o dia raiando, e mais 20 minutos depois chegamos no ponto final, para caminhar mais 300 metros para chegar no início da trilha. Registrada a equipe no trailer do IAP, tiramos a foto oficial, e feito contato com as esposas e mães, iniciamos o trajeto pontualmente às 07h30.

E como estava na previsão do tempo, a chuva não deu trégua um minuto sequer em toda a trilha. Não adiantou rezar para Manitú (o deus da chuva), ele deu apenas 20 minutos de garoa lá embaixo, um pouco antes do Santuário do Cadeado. O resto, chuva, muita chuva. As mochilas, roupas, botas, dobraram de peso e as capas de chuva foram pouco eficientes. Como o trajeto é inteiro de pedras, e descidas íngrimes, o cuidado foi redobrado, mas mesmo assim, só o Tocador chegou intacto em Morretes, sem nenhum tombo. Eu estreie na categoria quedas, e cai duas vezes, numa delas simplesmente parado! Não conseguimos tirar muitas fotos, pois câmeras e celulares estavam ficando molhados demais, e corriam risco de simplesmente parar. Mas o maior prejuízo foi do Chaveirinho: seu celular resolveu se refrescar dentro da primeira cachoeira que paramos. Lá se foram as fotos também do Morro do Canal que ele não tinha passado ainda.
Foi difícil até para pararmos para refeição. No ínicio da trilha, achamos um pequena caverna formada por algumas rochas grandes, onde conseguimos nos abrigar da chuva e deu para comer alguma coisa. Depois disso, tocamos direto, e até às 13h00 não tinhamos achado nenhum lugar para comer, a galera preferia a fome do que abrir as mochilas e molhar tudo. Realmente essa foi nossa grande rival nesse desafio e o tempero principal da aventura. Chegamos nas ruinas ao lado da estrada de ferro, a frustração se manteve por não termos onde comer. Mas até ali, a trilha estava inteira, por assim dizer. Após cruzarmos o trilho, o próximo trecho deu muito trabalho. Estava mais fechado, uma boa parte de subida e muitas árvores caídas sobre o caminho, o que obrigava alguns contorcionismos ou então contornos no meio da lama. Todos extremamete molhados, a partir daí já tinhamos a sensação de calçar baldes cheios d'água, deixamos de lado o cuidado de desviar as poças ou lama, e o menor caminho era por onde passamos, dentro da água ou da lama, já não fazia diferença.
Quase chegando no Santuário do Cadeado recebemos uma ligação da Co-piloto, confirmamos que estava tudo bem, e em seguida conseguimos achar um paredão onde havia um pequeno espaço coberto que deu para todos se alinharem e comerem um pouco. Os teimosos foram o Fôdo e o Jeep, que continuavam desconfortáveis em abrir as mochilas. O Jeep resolveu comer um sanduiche depois que descemos as escadas e se abrigou dentro do Santuário do Cadeado. Parada de mais ou menos 20 minutos no total, retomamos a caminhada, com a esperança de fechar os 3,62 km que faltavam até o final da trilha em 1h30.
Continuamos descendo e esse trecho de trilha parece que foi a inspiração para a invenção das escadas giratórias. Muito zigue zague em descida íngrime, todo o cuidado foi pouco, mas conseguimos evitar tombos. A grande exigência sobre o corpo nesse ponto, foi das panturrilhas, pontas dos pés e joelhos, que ficavam levemente flexionados. Para aqueles que gostam de usar o ditado "para baixo todo santo ajuda" no caso das trilhas e morros, principalmente nesse grau de chuva, a descida utiliza muito mais as pernas, pois você fica constantemente 'freiando'.
Finalmente chegamos nas pontes "pensil", os rios estavam com um volume enorme de água, deixando a paisagem ainda mais bonita. Logo em seguida chegamos ao final da trilha, saindo na estrada de chão que nos levaria até a casa de apoio. Nesse momento, finalmente, o Fôdo resolveu aceitar comer as barras de cereal. Já eram 15h30. Concluímos o Caminho do Itupava em 8 horas de caminhada. Chegamos à casa de apoio em seguida, depois de 20 minutos, dando uma trégua para as costas tirando um pouco as mochilas. Dada a baixa na ficha do IAP, todos aproveitaram para comer mais, só que num lugar seco. Ajustadas as bagagens, retomamos nosso caminho rumo ao Porto de Cima, para cumprir mais 4 km em 45 minutos ou 1 hora. A preocupação com o Paulo e o Chaveirinho aumentou, pois acreditamos que eles optariam por esperar o ônibus Morretes/São João, que só passaria às 19h00. Mas ao chegarmos em Porto de Cima, o Paulo foi categórico: "Agora só faltam 7 km!". É, parece que o único inteirão do grupo era o Paulo!!!
E como temos um ranking para a quilometragem rodada, ninguém deu o braço a torcer e tocamos em direção a Morretes, pela estrada, em mais 7,5 km para rodar em 2 horas, no máximo. É interessante a forma como o corpo reage em condições extremas: estávamos todos enxarcados, frio, com o corpo surrado, calos, assaduras, fome, mas o desejo de chegar no objetivo, se outra alternativa a escolher, nos trás forças para coninuarmos.
Chegamos em Porto de Cima junto perto de anoitecer, às 17h00, e cumprimos com folga a promessa de tempo chegando na rodoviária de Morretes às 18h30. A galera foi direto para o banheiro para tirar as roupas molhadas e se arrumar do jeito que desse para ganhar um pouquinho de conforto. Alguns resolveram comprar mais alguns lanches no mercadinho em frente à rodoviária. Agora era só esperar pelo ônibus, previso para às 20h15. Depois das 11horas praticamente ininterruptas de trekking, temperados pelo grande volume de água, o que todos queriam era suas camas.
Finalmente no ônibus, todos relaxaram, alguns dormiram, mas todos com a sensação de desafio cumprido. Apesar de todas as dificuldades, todos gostaram, e novamente os Minhocas conseguiram cumprir um caminhada com um grau maior de dificuldade, afinal, FACILIDADE É PARA OS FRACOS!! Até o próximo, Minhocas!


Foto 1: saída em Quatro Barras: Gandalf, Fôdo, Chaveirinho, Ulisses, Baby, Ivan, Tocador, Paulo e Jeep
Foto 2: rodoviária de Morretes: Paulo, Chaveirinho, Fôdo, Gandalf, Baby, Ulisses, Jeep, Tocador e Ivan


Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha


quarta-feira, 2 de junho de 2010

SPT-4: URGENTE - mudança de data

O quarto desafio foi alterado do sábado (05/06/10) para esta sexta-feira (04/06/10), antecipando em um dia a realização do Caminho do Itupava. Aproveitando que a grande maioria vai imendar o feriadão, no trabalho ou nos estudos, antecipamos o desafio para aumentar o número de participantes e diminuir as probabilidades de chuva, ou pelo menos da intensidade, de um dia para o outro.

Minhocas, fiquem atentos aos circulares e aos contatos telefônicos para os últimos acertos. Até lá.

abraços, Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha