segunda-feira, 7 de março de 2011

Camapuã - faltou a vista

Finalmente retomamos às trilhas neste sábado de carnaval (05 de março de 2011), depois de dois meses de jejum. A chuva não deu exatamente trégua, mas alguns momentos de sol foram suficientes para nos animar. Como trata-se de um feriadão, não pudemos contar com todos, e o Jeep estava 'baixado' com uma dor estranha no pé, preferiu não arriscar. Marcamos para sair mais cedo, dia 05 de março, o Potter chegou ao QG, mais ou menos 6h20, eu (Gandalf), o Fôdo e o Renato já estávamos acordados e quase prontos. Terminamos de montar os sanduiches, finalizando os preparativos. Fizemos a foto tradicional da saída e então, pé na estrada. Os céu muito encoberto não demonstrava se abriria o tempo ou se choveria . Pegamos chuvisco na estrada e quando passamos por Quatro Barras o cume do Anhanva estava todo encoberto, mas em alguns pontos podíamos observar céu azul. Até a estrada de terra que dá acesso ao sítio do Bolinha são cerca de 36km a contar do trevo do Atuba, em direção a São Paulo. A grande referência é o Posto Túlio, o primeiro depois do posto da Polícia Rodoviária que, por sua vez, é logo depois do pedágio. É preciso reduzir e ter muita atenção, pois a entrada não possui silanização e é bem discreta.
A estradinha estava lisa, mas ainda permitia o tráfego. A cerca de 1,5 km do sítio do Bolinha, nos deparamos com 'a grande subida'. À nossa frente, dois carros não encararam: um moça, que mais tarde soubemos deixou um grupo de três rapazes que foram para os Agudos, seguindo a rota de cima, para acampar até terça, e outros dois que resolveram desistir. Optamos por tentar, mas paramos no meio da subida. Voltamos com o carro e paramos no sítio que fica ali, no início dessa subida. Fomos bem recebidos por Antonio, que nos permitiu deixar o carro ali mesmo. Mais tarde, numa conversar após a trilha, conversamos com sua mãe que nos contou ser a filha caçúla dos sete que foram criados no sítio do Bolinha.
Colocamos as mochilas nas costas e iniciamos às 08h00 nossa caminha, acrescida de
um trecho de estrada. Chegamos em 15 minutos no sítio do Bolinha, conversamos com a senhora que estava lá sobre o tempo e pagamos nossa entrada: R$ 2,00 por pessoa e seriam mais R$ 5,00 para deixar o carro. Ela nos avisou que os três outros rapazes já estavam na trilha e nos indicou o vale onde começa a trilha. O sol sorria um pouco aqui, outro pouco ali, e fomos nos embrenhando. A trilha vai seguindo o rio, muito convidativo, durante todo o vale, às vezes à esquerda, às vezes à direita. A trilha atravessa seu curso pelo menos quatro vezes. A mata segue fechada mesmo depois da bifurcação para o Camapuã. Nessa bifurcação, a trilha à esquerda sobe em direção também ao Tucúm, enquanto seguir em frente, pela direita leva até ao Ciririca, através do vale, ou também conhecido como 'caminho de baixo'.
Haviam muitos bambus pelo caminho, entrelaçando-se sobre a trilha, dificultando um pouco a passagem. O terreno estava bem molhado também, consequência das chuvas contínuas dessa época. Mesmo assim continuamos num ritmo constante, sem paradas, até o primeiro platô do Camapuã, já fora da mata fechada. Ali paramos por 10 minutos. A vista não era boa, ao redor, muitas nuvens, inclusive sobre o cume. Observando dali, a subida íngrime lembrou o Araçatuba, mas sem o sol. É fácil observar a trilha que segue um 'fio' de pedra por onde vem escorrendo água, mas mesmo molhada, é bem aderente e mais confiável com as botas do que subir pela vegetação. A partir desse ponto, comecei a ficar um pouco para trás, faltava gás, mas não desisti. O Fôdo e o Potter dispararam na frente para chegar logo ao cume e fazer uma parada longo para descanço e lanche, mas tive que subir bem devagar, intercalando paradas pequenas. O Renato foi acompanhando esse rítmo para que não ficasse muito para trás. Quando finalmente alcancei o cume, pouco mais de 12h00, os três já estavam descansando e lanchando, eu simplesmente deitei para recuperar o fôlego. O tempo fechou de vez e começou uma garoa forte que, por causa do vento forte, parecia uma rajada de gelo. Nos abrigamos como dava em alguma pedras, com esperança de uma pequena janela para alcançar o Tucúm e observar a vista, mas não tivemos sorte. Foi só piorando. Mal deu para ver uma pequena parte do cume ao lado e o frio apertou. Decidimos então voltar logo pois a tendência era piorar. Não foi possível nem registrar com fotos do cume, pois não se enxergava nada em volta. A decida foi relativamente tranquila, com cerca de 2h30 de percurso, com algumas paradas rápidas para recuperar o fôlego. Chegamos no carro, trocamos rapidamente de roupas e mordemos mais algumas barras de cereal, maçãs e sanduiches e nos despedimos do Camapuã encoberto. Ficou o desafio para um ataque num dia com melhores condições e também a dica de, em casos de chuva que isolem o sitio do Bolinha, tem a opção do sitio do Antonio ao pé da 'subida de sabão'.

Abraços
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha