sábado, 15 de janeiro de 2022

Minhocas voltando à Ativa!!! ... E com renovação de geração!!

 Depois de um longo período de molho, quando pensávamos que poderíamos retomar o caminho das trilhas e aventuras pelas montanhas, eis que surge algo que nossa geração não havia passado. O mundo mergulha no medo e incerteza de uma pandemia. O Covid-19 vem e se espelha por todo o globo, qualquer país, qualquer população, sem olhar credo, posição social ou nível de conhecimento. E com tudo fechado, nada além do que paciência seria necessário para reaprendermos a viver em sociedade, com restrições, cuidados extras e a necessidade do RESPEITO para passarmos por tudo isso juntos.

Depois de dois anos, tudo isso ainda parece sem um horizonte para finalmente acabar, mas já temos como voltar a realizar atividades, com mais cuidados, mais consciência ainda. E nessa nova oportunidade, com as férias escolares, eu, Gandalf, e Florbela decidimos iniciar nesse delicioso e revigorante mundo de trilhas nossas netas e reviver o espírito de aventura de nossa filha para definitivamente iniciá-las no grupo do Minhocas da Terra e garantir a possibilidade de persistência do nosso grupo.




O escolhido foi o, ainda inédito pra mim, Morro do Cal, situado em Campo Largo. Para chegar, você pega a Rodovia do Café, saindo de Curitiba pelo parque Barigui, a BR 277, seguindo em direção à Ponta Grossa. Ao passar pela igreja da Rondinha, que fica a esquerda da Rodovia, preste atenção para a saída 118, que dá acesso ao viaduto para o Hospital do Rocio. Saindo pela direita, siga em frente, marcando a quilometragem para andar 6,5 km. Estará na rua Caetano Munhoz da Rocha, passe pela rotatória e seguida pela estrada de paralelepípedos. Depois virá uma parte de asfalto e sempre em frente passará para a estrada de chão. Ao concluir a distância estará numa bifurcação, marcada com uma placa indicativa para o acesso ao Morro do Cal, pela esquerda. Aí é só seguir em frente até o final cerca de 1km, é uma propriedade particular, cujo acesso é cobrado por pessoa, R$ 10,00 cada. O lugar é bem estruturado, estaciona com tranquilidade e tem um restaurante que serve buffet no final de semana, lanches e pastel. Tem banheiros bem limpos para a turma usar. Ali é um campo de pouso de parapentes de referência na região.


Com estrutura de camping, campinho e muita sinalização, há disponíveis trilhas diferentes, sendo as principais as Trilha da Tiriva e Trilha do Serelepe, mais curtas, com 1,3 km  de dificuldade nível 1, além da Trilha do Graxaim e a Trilha do Bugio, com 2,0 km, com dificuldade 3, mais íngreme e um pouco de escalada. Escolhemos a menor e mais fácil, por conta das pequenas. Como esperado, a parte do bosque estava bem úmida pelas chuvas constantes dos últimos dias. Mas, conforme nossa análise de véspera, nada de chuva desde o início da noite anterior e a previsão seria retomar após o meio-dia. Para as meninas muita novidade e uma boa dose de tensão por não entenderem como funciona todo aquele ecosistema a sua volta, como andar, como se segurar, como não cair!! Rsrsrs. 

Foi muita orientação, ajuda, mãos de apoio, mas seguiram firmes. Foram 35 minutos para alcançar o topo, com alguma reclamação de cansaço, claro, o esforço muito além de qualquer coisa que já tinham feito. Paramos para água, passamos por um declive com bastante lama, alcançamos a bifurcação onde separavam as trilhas da Tiriva e do Serelepe, escolhendo esta segunda pois tinha uma subida com cordas, e foi uma baita aventura para todos. No final dessa subida, alcançamos a estrada do trator, que logo em seguida vinha descendo e deu um sustinho em todos, que buscamos abrigo para o cantinho da estrada para dar passagem ao grandão.

Já quase no final da estrada, entramos novamente na trilha da Tiriva e fomos até o topo, onde um grupo de parapentes estava esperando a melhor rajada de vento para decolar. Vimos 6 deles decolarem e chegarem até o campo de pouso, infelizmente com pouco tempo de vôo cada, pois o vento estava muito fraco para sustentar os equipamentos no ar. Aproveitamos para lanchar, dessa vez o tradicional sanduíche de hamburguer é artesanal, produção minha mesmo. As pequenas já tiveram o acompanhamento de uma cachorra local que nos seguiu pela trilha e, lógico, experimentaram oferecer uma parte do seus sanduíches para ela, que se lambuzou e as divertiu. 



Fotos tiradas, foi hora de batizar as novatas. As pequenas ganharam os apelidos de Aventureira e Ufa, pois a pequenina não parava de repetir 'ufa, consegui' ao longo de toda subida! Já a mamãe, minha filha, recebeu o apelido de Barbie, já que se embelezou toda para a trilha, vaidosa como sempre. Depois de 12 anos, a satisfação de trazer uma nova geração para esses caminhos e quase indescritível. Orgulho, alegria, esperança. Passa um filme, já que tanta coisa  mudou no meio do caminho. A tecnologia, principalmente, agora bem mais simples de você registrar, fotografar, mapear, ficou mais fácil. O lugar também com uma estrutura excelente que me lembra em partes a Fazenda Pico Paraná, ou o Sítio do Seu Zezinho, do Morro do Canal.

Na descida, nossa Aventureira fez questão de vir à frente, aí o Vô Gandalf veio babando! De posse do meu bastando de caminhada, apesar do tênis não tão apropriado, mostrou que prestou muita atenção nas dicas e veio se apoiando direitinho, sem medo, sem reclamar de cansada. Foi contemplada com dois tombos, mas tirou de letra!! Já a pequena Ufa veio de mão dada comigo, escorregando e se pendurando na maior folia. 




Agora cabe aqui também destaque para a Florbela, que parecia uma trilheira da velha guarda, bem confortável e esbanjando o ar de experiência. A Barbie, toda preocupada com as filhas, também seguiu firme, mesmo usando apenas tênis, segurou as pontas se nenhum tombo (ahhhh). As minhas companheiras de treinos do dia-a-dia mostraram que estão em forma, tirando de letra o esforço da subida e também da descida, chegaram inteiras como se tivéssemos caminho no parque! Aí sim, meninas!!!

Confesso que foi uma experiência bem diferente, uma trilha cercado de meninas, na mesma sintonia comigo e com a natureza ao redor, curtindo aquilo da forma como curto, com paz, tranquilidade e satisfação. Foi o coroar de um bom tempo de história em trilhas, com o esporte. Renova o espírito muito, ainda mais sendo em família!! Que venham os bons tempos depois de toda essa tempestade, que possamos alcançar muitos outros morros!!! 




Gandalf

Minhocas Uh Ha Ha