Depois de um longo período de molho, quando pensávamos que poderíamos retomar o caminho das trilhas e aventuras pelas montanhas, eis que surge algo que nossa geração não havia passado. O mundo mergulha no medo e incerteza de uma pandemia. O Covid-19 vem e se espelha por todo o globo, qualquer país, qualquer população, sem olhar credo, posição social ou nível de conhecimento. E com tudo fechado, nada além do que paciência seria necessário para reaprendermos a viver em sociedade, com restrições, cuidados extras e a necessidade do RESPEITO para passarmos por tudo isso juntos.
Depois de dois anos, tudo isso ainda parece sem um horizonte para finalmente acabar, mas já temos como voltar a realizar atividades, com mais cuidados, mais consciência ainda. E nessa nova oportunidade, com as férias escolares, eu, Gandalf, e Florbela decidimos iniciar nesse delicioso e revigorante mundo de trilhas nossas netas e reviver o espírito de aventura de nossa filha para definitivamente iniciá-las no grupo do Minhocas da Terra e garantir a possibilidade de persistência do nosso grupo.
O escolhido foi o, ainda inédito pra mim, Morro do Cal, situado em Campo Largo. Para chegar, você pega a Rodovia do Café, saindo de Curitiba pelo parque Barigui, a BR 277, seguindo em direção à Ponta Grossa. Ao passar pela igreja da Rondinha, que fica a esquerda da Rodovia, preste atenção para a saída 118, que dá acesso ao viaduto para o Hospital do Rocio. Saindo pela direita, siga em frente, marcando a quilometragem para andar 6,5 km. Estará na rua Caetano Munhoz da Rocha, passe pela rotatória e seguida pela estrada de paralelepípedos. Depois virá uma parte de asfalto e sempre em frente passará para a estrada de chão. Ao concluir a distância estará numa bifurcação, marcada com uma placa indicativa para o acesso ao Morro do Cal, pela esquerda. Aí é só seguir em frente até o final cerca de 1km, é uma propriedade particular, cujo acesso é cobrado por pessoa, R$ 10,00 cada. O lugar é bem estruturado, estaciona com tranquilidade e tem um restaurante que serve buffet no final de semana, lanches e pastel. Tem banheiros bem limpos para a turma usar. Ali é um campo de pouso de parapentes de referência na região.
Já quase no final da estrada, entramos novamente na trilha da Tiriva e fomos até o topo, onde um grupo de parapentes estava esperando a melhor rajada de vento para decolar. Vimos 6 deles decolarem e chegarem até o campo de pouso, infelizmente com pouco tempo de vôo cada, pois o vento estava muito fraco para sustentar os equipamentos no ar. Aproveitamos para lanchar, dessa vez o tradicional sanduíche de hamburguer é artesanal, produção minha mesmo. As pequenas já tiveram o acompanhamento de uma cachorra local que nos seguiu pela trilha e, lógico, experimentaram oferecer uma parte do seus sanduíches para ela, que se lambuzou e as divertiu.
Na descida, nossa Aventureira fez questão de vir à frente, aí o Vô Gandalf veio babando! De posse do meu bastando de caminhada, apesar do tênis não tão apropriado, mostrou que prestou muita atenção nas dicas e veio se apoiando direitinho, sem medo, sem reclamar de cansada. Foi contemplada com dois tombos, mas tirou de letra!! Já a pequena Ufa veio de mão dada comigo, escorregando e se pendurando na maior folia.
Confesso que foi uma experiência bem diferente, uma trilha cercado de meninas, na mesma sintonia comigo e com a natureza ao redor, curtindo aquilo da forma como curto, com paz, tranquilidade e satisfação. Foi o coroar de um bom tempo de história em trilhas, com o esporte. Renova o espírito muito, ainda mais sendo em família!! Que venham os bons tempos depois de toda essa tempestade, que possamos alcançar muitos outros morros!!!
Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha