domingo, 24 de abril de 2016

Travessia Camapuã para Tucum - 14.09.13

Revirado nossos registros achei uma trilha que acabei pulando entre as atualizações que fiz durante a semana,  realizada em setembro de 2013, fechado a temporada daquele ano, fomos em busca de uma travessia que gostamos muito de fazer, com um visual incrível para toda serra do Ibitiraquirê.

Nos acostumamos a acordar de madrugada e aproveitar o frescor das últimas horas da noite para avançarmos da trilha evitando o possível sol que castiga, principalmente durante o inverno e no aproximar da primavera. Seguimos Jeep, Potter e eu, Gandalf, pela BR 116, sentido Curitiba-São Paulo, de olho na principal referência que é o Posto do Túlio, para não perder a discreta entrada de estrada de chão, à direita. Os dois morros que seguimos para travessia são acessados pelo Sítio do Bolinha, cuidado pela dona Marilena, onde aliás tem-se a oportunidade de aproveitar um gostoso pastel no final da trilha.

A paisagem durante à noite, à luz das lanternas tem seus atrativos. Os tons são próximos uns dos outros, mas com os olhos se acostumando ao ambiente, a sensação de proximidade com a natureza é ainda maior. Seguimos firmes pelo caminho já conhecido e quando chegamos à bifurcação da trilha que separa a subida para o tucum da trilha por baixo ao Ciririca, estava claro e pudemos ver os efeitos que o tempo causou nas placas que deixamos ali há pouco mais de dois anos.

A subida teve uma pausa no local de sempre, logo após a saída da mata fechada, quando nos deparamos com o espaço aberto onde podemos avistar a imensa subida ingrime do Camapuã. Ali tivemos a certeza que o visual seria o melhor dos acessos que fizemos até então a esses morros. Depois do primeiro grande lance, alcançamos o cume do Camapuã, para mais uma pausa antes de atravessarmos para o Tucum e dito e feito: a vista estava incrível!


Com a determinação de encarar o vale entre as duas montanhas, lançamos as mochilas de volta às costas para o último trecho, rumo ao nosso destino é para assinar o livro do cume, como de costume. Essa travessia é em terreno aberto, levando aproximadamente 30 minutos. E quando chegamos, finalmente, aí foi só curtir, tirando as botas, sacando as câmeras e registrando tudo ao redor. A natureza foi generosa nesse dia e nos presenteou com belas fotos. Depois do lanche, de uma boa pestana, o caminho da descida foi tranquilo como sempre, dando a certeza que voltaremos, o mais breve possível.


Abraço e até a próxima.
Gandalf.
Minhocas Uh Ha Ha !!!


quinta-feira, 21 de abril de 2016

Pão de Loth: uma trilha para iniciação

Nesses seis anos de história dos Minhocas da Terra pelas montanhas e trilhas da Serra do Mar do Paraná, escolhemos algumas como favoritas, outras com seus atrativos peculiares, como o Araçatuba, descrito por alguns como confusa ou que causa grande desconforto devido o castigo pelo sol, mas para nós é uma oportunidade de exploração e visual incrível.


E o Pão de Loth nos dá a segurança de ser uma trilha relativamente bem tranquila, onde indicamos para levar crianças e iniciantes. Hoje, o sabor foi ainda mais especial, pois iniciamos dois futuros membros do Minhocas da Terra. Melhor: duas mulheres, guerreiras, que confesso jamais pensei que cruzariam a linha 'quem sabe um dia' e de uma hora para outra, depois de nossa última trilha, simplesmente se empolgaram e alegaram: 'na próxima nós vamos!'. Claro que agilizamos em organizar, e não é que elas foram mesmo! Fizemos o planejamento e acabamos em família. Eu, Gandalf, Fôdo, Potter e suas respectivas mães, Andréa e Maria Elisa, minha esposa e cunhada.

Foi bacana ver a empolgação das duas na véspera, os preparativos e ansiedade. Nós no ritmo já conhecido, preparando as mochilas com os equipamentos de sempre e também dos suprimentos de água e comida, além da nossa nova marca registrada, graças ao Potter, o café da manhã do topo. Como era a primeira trilha delas, decidimos começar no claro, e saímos às cinco do QG para começarmos às 06h.  Dentro do previsto, começamos a trilha por volta das 06h10, após o devido registro do posto do IAP. A descida pelo Itupava levou um pouco mais de tempo, claro, temos que manter o ritmo das convidadas e com aproximadamente uma hora e vinte, alcançamos a entrada do morro.

Nesse horário, aliás, várias outras pessoas também já iniciavam a descida do Itupava, aproveitando o feriado de meio de semana, sem se importar que no dia seguinte muitos tem batente a cumprir. Mas voltando à trilha, até ali apenas o cansaço da caminhada era o assunto das convidas. Aproveitamos para marcar novamente a entrada com nossas faixas laranjadas, e iniciamos a subida. O esforço se multiplicou, mas o pânico de altura era o principal desafio a ser vencido pelas duas Aspirantes. Nos grampos finais, o medo foi finalmente vencido e alcançar o topo deu às duas uma sensação de vitória e superação que transcendia seus olhos, sorrisos. Almas transparentes de uma energia de vida renovada. Uma das melhores experiências que vivi em nossas trilhas, confesso.


Nossas "pés de coelho" puderam curtir o que tem de melhor no visual de lá, todas as montanhas estavam bem à vista, Curitiba e as demais cidades próximas fáceis de enxergar. Como pano de fundo, um céu azul praticamente sem nuvens. Aproveitamos para passar o tradicional café, mandamos lanches para dentro e o Fôdo tirou seu cochilo para repor um pouco do sono interrompido para sairmos cedo. Ficamos um bom tempo curtindo no cume, até que o sol começou a mostrar sua força, aproveitamos para iniciar a descida um pouco antes das dez horas. Apesar da apreensão inicial das estreantes, descer foi menos apavorante do que podia ser. Realmente a energia recarregada no topo deu outro sabor à aventura.



Depois de chegarmos no carro, ficou a certeza de que vamos prepara uma nova aventura com nossas iniciadas para então termos mais um batismo nas trilhas. Pelo nosso planejamento, vamos para um novo desafio logo no inicio de maio. Nos vemos até lá.

Abraço, Gandalf.


quarta-feira, 20 de abril de 2016

Voltamos! Anhangava, a velha escola abre 2016

Claro, os motivos poderiam ser menos tristes, mas não vem ao caso contá-los. Para não dizer que os Minhocas não fizeram nada em 2015, o Potter encarou uma trilha ao Pão de Loth em primeiro de maio do ano passado, levando dois amigos franceses para conhecerem as maravilhas naturais de nossa Mata Atlântica, mas fica aqui meu "cutuco" para que ele mesmo conte essa história em um próximo post.

Eu, Gandalf, vou contar como foi nossa retomada. Escolhemos algo mais próximo é relativamente mais rápido para testar nosso limites e, claro, nossas juntas enferrujadas. Dedidimos pelo Anhangava para encarar a subida pela frente, programas a saída para às quatro da matina. Chegamos cedo no posto do IAP e conhecemos o figura do senhor Nelson, que já estava ali cedinho para receber os primeiros malucos que encarariam a montanha antes do sol nascer. Ele está hospedado na casa de sua filha e aproveita para ajudar a cuidar do estacionamento, acompanhando do seu radinho.

Iniciamos a subida às cinco e cinquenta, lanternas na cabeça e uma pequena neblina. O caminho repleto de teias de aranha logo se mostrou reconhecido. O corpo a tempos sem encarar trilhas reconheceu e se adaptou rapidamente às condições do caminho e os movimentos vieram naturalmente. Subimos numa conversa animada, e quando demos conta a claridade já se aproximava no primeiro observatório, logo antes dos primeiros paredões de escalada.

Quando chegamos nos degraus, as lanternas já não se faziam necessárias, mas a neblina tomava conta do visual, sem podermos enchergar longe. À chegada nas pedras perto cume já forçavam o suficiente as pernas para que sentisse um início de cãibras, tanto nas coxas quanto nas panturrilhas, mas seguimos o ritmo. Lógico que bem aquém do que já conseguimos fazer, alcançamos o topo após uma hora e quarenta de subida.

O Potter preparou o delicioso café que foi tomado com muito gosto, acompanhado dos tradicionais sanduiches de hambúrguer de frango e queijo, dessa vez com a variável de pãezinhos de milho e batata. Descansamos mais um pouco, controlando o horário para um possível investida pelo caminho da cachoeira. Começamos a descida perto das oito e meia com o tempo querendo abrir, foi quando as primeiras pessoas além de nós começaram a chegar ao cume. E na descida, encontramos com muitas pessoas, homens, mulheres e crianças das mais diversas idades. Foi bom ver como a natureza está atraindo pessoas. Sempre ficamos na torcida para que todos tenham a conciência de deixar tudo como estava, preservando sempre esse nosso pequeno pedaço de paraíso.

Cansados resolvemos passar direto pela cachoeira, deixando o lugar para a próxima. Fechamos nossa ficha no posto do IAP e nos despedimos do seu Nelson, que então estava acompanhando de sua filha, desejando muito saúde e um até breve. Quem sabe na próxima trilha não tenhamos algumas novidades...


Até breve, Gandalf.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Getúlio e Caratuva - 08 fev 2014

Então... foi uma longa pausa sem relatos. Também devemos dizer que foi um logo tempo sem trilhas também. Vamos começar a colocar as coisas em dia então. Muita coisa mudou na vida dos Minhocas esses últimos dois anos. Rumos diferentes, família crescendo. Mas vamos começar lembrando do que fizemos e não contamos.

No início de fevereiro de 2014, o Fôdo voltou a ativa, e junto com o Jeep e eu, Gandalf, encaramos um ataque até o Caratuva. Naqueles dias, havia um clima estranho quanto às mudança que rodeavam o acesso ao conjunto daquelas montanhas através da Fazenda Pico Paraná, para 'facilitar e popularizar' o acesso. Opiniões à parte, muitas questões envolvem o 'certo e errado' neste assunto, mas o que devemos levar em consideração, é que o caminho que seja escolhido mantenha a possibilidade de conforto e segurança para quem frequenta esse pedaço de natureza. E se tivermos que pagar por isso, que seja justo para todos.


Enfim, todos meio fora de forma, começamos a subida através do Getúlio, grande acolhedor daqueles que miram paisagens mais altas e que usam esse "gigante portal" como passagem. Apesar da época fora do ideal, o dia se apresentou firme e bonito, mas o calor retirou as energias do Fôdo, que resolveu armar acampamento base por ali mesmo, enquato o Jeep e eu encaramos o ataque ao segundo ponto mais alto do nosso Estado.

Ao chegar lá o topo observamos um fenômeno que ainda não havíamos presenciado. Uma verdadeira nuvem de moscas rodeavam as instalações da antena, em meio às caratuvas que se esticavam do solo rumo ao céu parecendo quererem alcançar o sol para garantir ainda mais energia. A vista para o Pico Paraná estava simplesmente incrível, e ao contrário da primeira vez que ali chegamos, foi possível curtir e explorar um pouco mais. O Jeep aproveitou para colocar em prática uma técnica para obter uma panorâmica gigante, com vários e vários pixels, passível de ser reproduzida para um grande outdoor.

Ficamos por ali por pouco mais de meia hora. Na "Pedra do Grito" tentamos contato via rádio com o Fôdo, que conseguíamos observar lá de cima, mas sem contato porque, logicamente, ele devia ter apagado. Iniciamos a decida, bem tranquilamente para nos encontrarmos novamente com ele no topo do Getulio. Ajudamos a desmontar o acampamento que improvisou com a lona multiuso. Quando começamos a descer encontramos com alguns atletas que treinavam corrida de aventura. O pensamento foi inevitável "esses caras são doidos!" rsrsrsrs.

Ao final da trilha, a costumeira passada pela cachoeira na base da Fazenda Pico Paraná foi descartado para voltarmos um pouco mais cedo. Matando o jejum de refrigerantes, encarei uma lata de Coca-Cola com maus companheiros Minhocas. Estávamos prontos para voltar para casa mas já com saudades das trilhas, imaginando quando seria nosso próximo desafio.

Abraço, Gandalf.

Araçatuba: Acampamento com muito Vento

Retomando nosso caminho pelas trilhas, depois que muita água passou por baixo das pontes que cruzamos nesse longo período de silêncio. Nosso membros amadureceram, iniciaram novos caminhos, seguem em suas jornadas. Mas a semente plantada há 6 anos sempre trás frutos, e decidimos voltar a cuidar dessa paixão que tiramos da teoria. Só que para retomar os relatos, precisamos colocar em dia algumas histórias que ficaram sem registro. Perdoem se faltarem detalhes, mas o mais importante estará lá.

Demorou de novo... mais saiu! Vamos contar como foi nosso acampamento no Araçatuba, nosso predileto, realizado por mim, Gandalf, junto com o Jeep. Resolvemos subir no final da tarde da sexta-feira, dia 28 de junho de 2013, para encarar uma subida noturna, acampar e curtir o nascer do sol, aproveitando a manhã para tirar umas boas fotos.


Preparamos todo o equipamento de costume e partimos. Depois de pegar uma pequena neblina perdo da barragem do Passaúna, chegamos no sítio da dona Feliciana, ao pé do morro, às 17h30. Começamos a subida às 18h14 já com o dia terminando, mas sem nuvens e estrelas começando a pontilhar o céu. Logo depois do zigue-zague já estávamos cobertos com o manto noturno. Passamos pelo pelo pequeno val com o rio e seguimos morro acima. Aproximadamente no segundo terço uma nuvem baixou rapidamente, fechando o tempo e deixando uma garoa bem fininha, mas constante. Nesse ponto, confundimos a trilha e apelamos para o GPS com o traker marcado na trilha anterior.

Chegamos no topo após as costumeiras três horas e meia com uma garoa um pouco mais forte. O vento também apertou e deu trabalho montar a barraca, estrategicamente colocada ao lado da pedra do livro de cume, tentando o máximo de proteção do vento. Fizemos nossa refeição aproveitando o espaço do recuo da barraca para manter o fogareiro acesso, e mergulhamos nos respectivos sacos de dormir em busca de uma tentativa de sono. Porém, o tempo virou mesmo e o vento nos castigou a noite inteira, a ponto das varetas vergarem e baterem em nossas cabeças, o que nos manteve acordados segurando a barraca com certo receio.

No meio da madrugada me vi obrigado a aliviar a bexiga. Castigado pela fina chuva que caía, o vento piorava a situação transformando a água em finas agulhas que parecia marcar a pele. Por curiosidade, saquei o anemômetro para conferir a velocidade do vento que a essa hora marcos 100km/h! A barraca foi aguentando e com poucos minutos de sono, estimo menos de meia hora, confirmei com o Jeep o horário: eram seis da manhã e o breu estava firme lá fora. Confirmamos que naquele dia o nascer do sol (ou pelo menos a claridade) viria próximo das sete horas, começamos a organizar o equipamento para levantar acampamento ao amanhecer.

Não deu tempo! O vento mudou de direção e começou a soprar de lado, a barraca deu uma grande envergada e ouvimos as duas varetas superiores partirem. Colocamos ao anemometro para fora e agora marcava 124km/h. Decidimos encarar desmontar a barraca assim mesmo e ainda no escuro começamos a descida. Claro que a bendita lei de Murphy sempre ataca e com meia hora de descida a chuva e o vento pararam e o tempo começou a abrir um pouco. Faz parte da aventura.

E para terminar, quando chegamos no carro o óleo do motor do carro do Jeep havia falando! Provavelmente uma pedra no caminho até chegarmos ao pé do morro danificou o cárter. Resultado: terminamos a trilha com carro rebocado e voltamos de taxi. Mais sorte na próxima.

Abraço, Gandalf.