terça-feira, 19 de abril de 2016

Araçatuba: Acampamento com muito Vento

Retomando nosso caminho pelas trilhas, depois que muita água passou por baixo das pontes que cruzamos nesse longo período de silêncio. Nosso membros amadureceram, iniciaram novos caminhos, seguem em suas jornadas. Mas a semente plantada há 6 anos sempre trás frutos, e decidimos voltar a cuidar dessa paixão que tiramos da teoria. Só que para retomar os relatos, precisamos colocar em dia algumas histórias que ficaram sem registro. Perdoem se faltarem detalhes, mas o mais importante estará lá.

Demorou de novo... mais saiu! Vamos contar como foi nosso acampamento no Araçatuba, nosso predileto, realizado por mim, Gandalf, junto com o Jeep. Resolvemos subir no final da tarde da sexta-feira, dia 28 de junho de 2013, para encarar uma subida noturna, acampar e curtir o nascer do sol, aproveitando a manhã para tirar umas boas fotos.


Preparamos todo o equipamento de costume e partimos. Depois de pegar uma pequena neblina perdo da barragem do Passaúna, chegamos no sítio da dona Feliciana, ao pé do morro, às 17h30. Começamos a subida às 18h14 já com o dia terminando, mas sem nuvens e estrelas começando a pontilhar o céu. Logo depois do zigue-zague já estávamos cobertos com o manto noturno. Passamos pelo pelo pequeno val com o rio e seguimos morro acima. Aproximadamente no segundo terço uma nuvem baixou rapidamente, fechando o tempo e deixando uma garoa bem fininha, mas constante. Nesse ponto, confundimos a trilha e apelamos para o GPS com o traker marcado na trilha anterior.

Chegamos no topo após as costumeiras três horas e meia com uma garoa um pouco mais forte. O vento também apertou e deu trabalho montar a barraca, estrategicamente colocada ao lado da pedra do livro de cume, tentando o máximo de proteção do vento. Fizemos nossa refeição aproveitando o espaço do recuo da barraca para manter o fogareiro acesso, e mergulhamos nos respectivos sacos de dormir em busca de uma tentativa de sono. Porém, o tempo virou mesmo e o vento nos castigou a noite inteira, a ponto das varetas vergarem e baterem em nossas cabeças, o que nos manteve acordados segurando a barraca com certo receio.

No meio da madrugada me vi obrigado a aliviar a bexiga. Castigado pela fina chuva que caía, o vento piorava a situação transformando a água em finas agulhas que parecia marcar a pele. Por curiosidade, saquei o anemômetro para conferir a velocidade do vento que a essa hora marcos 100km/h! A barraca foi aguentando e com poucos minutos de sono, estimo menos de meia hora, confirmei com o Jeep o horário: eram seis da manhã e o breu estava firme lá fora. Confirmamos que naquele dia o nascer do sol (ou pelo menos a claridade) viria próximo das sete horas, começamos a organizar o equipamento para levantar acampamento ao amanhecer.

Não deu tempo! O vento mudou de direção e começou a soprar de lado, a barraca deu uma grande envergada e ouvimos as duas varetas superiores partirem. Colocamos ao anemometro para fora e agora marcava 124km/h. Decidimos encarar desmontar a barraca assim mesmo e ainda no escuro começamos a descida. Claro que a bendita lei de Murphy sempre ataca e com meia hora de descida a chuva e o vento pararam e o tempo começou a abrir um pouco. Faz parte da aventura.

E para terminar, quando chegamos no carro o óleo do motor do carro do Jeep havia falando! Provavelmente uma pedra no caminho até chegarmos ao pé do morro danificou o cárter. Resultado: terminamos a trilha com carro rebocado e voltamos de taxi. Mais sorte na próxima.

Abraço, Gandalf.

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