segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Desafio 7: Acampamento no Pico Itapiroca I - A Saída

Alcançar o cume do Itapiroca e acampar por lá foi o primeiro desafio prolongado dos Minhocas da Terra. E como essa jornada foi longa, adquirimos uma série de novas experiências, com muitos detalhes a considerar e contar. Por isso, essa aventura foi dividida em partes, dedicando cada uma delas para um tema que envolveu esse desafio.

Nessa primeira parte vamos falar dos preparativos e a saída em direção ao nosso acampamento. Estávamos definidos num grupo de três Minhocas para o desafio: Fôdo, Gandalf e Jeep. O Baby estava na expectativa de descolar uma carona para chegar até a Fazenda, mas isso provavelmente só aconteceria no final da tarde do sábado - 04 set 2010. Faltando uma semana para a saída, o Celso, meu compadre, aceitou o convite para participar dessa aventura. Sedentário convicto, esse foi o primeiro desafio, e já exigente, pois a proposta era acamparmos na região por três dias seguidos, saindo no sábado cedinho e retornando na segunda no final da tarde. Com a opção de voltar um dia antes, no domingo à tarde, topou encarar o desafio e juntar-se aos Minhocas. Conseguimos ajustar o equipamento para todos, inclusive para ele, que já dispunha de boa parte, como mochila e bota, mas acabou adquirindo outros detalhes do fardamento, e levou emprestados a barraca e o saco de dormir do Gump.
Fizemos o planejamento de refeições, ricas e fartas, além de itens extras para o caso de atrasos, o que acabou nos causando sobre-peso, posteriormente avaliado como sendo contornável. Mas nos aprofundaremos nesse tópico em outra postagem. A ideia era cumprir de cinco a sete objetivos: Morro do Getúlio, Caratuva, Itapiroca, Tucum, Camapuã e Cerro Verde, e por pretensão, quem sabe até o Ciririca. A ordem como seriam realizados, dependeria das condições que encontrássemos no local e das trilhas que interligariam cada objetivo. Ainda não foi possível localizar nenhuma postagem que mostre detalhes mais ricos sobre esses caminhos, e aí esta um de nossos desafios: 'mapear' a região para facilitar a indicação para esses planejamentos.
Nos reunimos, então, para sair do QG por volta das 06h30. O Jeep optou por ir de jeep mesmo, junto com o Fôdo, e eu fui com o Celso que foi com seu carro, já que planejava voltar antes. A previsão era de chegarmos na Fazenda Pico Paraná depois de uma hora de viagem, pois o jeep segue um pouco mais devagar na rodovia. Aliás, essa é uma aventura à parte e que chamou muita atenção, diga-se de passagem. Conforme a indicação do site da Fazenda, seguimos pela BR 116 em direção à São Paulo, passando pela praça do pedágio (R$ 1,50), que fica depois da entrada para a Estrada da Graciosa. Permanecemos atentos para a principal referência, o Posto Tio Doca ,que fica no lado esquerdo da Rodovia. Depois disso, a entrada fica logo antes da ponte sobre o Rio Tucum. Realmente é necessário redobrar a atenção e reduzir antecipadamente a velocidade, pois a entrada é bem discreta e não dispõe de sinalização. Apesar disso, a estrada de chão estava bem conservada. São aproximadamente 6 km até a chegada à sede da Fazenda. Fizemos o registro com o responsável local, que indicou onde estacionar os carros. O custo para esse acesso e dispor da estrutura é de R$ 10,00 por pessoal, nisso já incluso o estacionamento, a área para camping, dispondo inclusive de banheiros e banho quente.
Mas a nossa ideia era acampar lá em cima e após ajustar as mochilas às costas, iniciamos o caminho rumo ao Morro do Getúlio. Começamos a subida às 09h00, e a previsão descrita para o Itapiroca era de 3 horas até o cume. O peso que cada um levava era bastante considerável, e além disso tínhamos o calouro Celso, que não estava mais acostumados a distâncias longas, superiores a três quadras (rsrsrsrs). Ditamos o ritmo no limite dele, mantendo nosso grupo reunido e evitando afastamentos. Paramos várias vezes para que retomasse fôlego, pois as condições foram extremas para ele: esforço físico muito além do que está atualmente acostumado, o peso da mochila agravando as dores nas costas que esporadicamente sente, e sintomas de falta de ar e tontura, possível agravados pela baixa umidade do ar e pelo forte calor que fazia.
Com calma, chegamos ao alto do Morro do Getúlio às 11h30, mais ou menos, onde paramos para tentar os primeiros contatos por telefone e para o almoço. O sinal dos celulares é razoável neste ponto, e conseguimos transmitir notícias para nossas respectivas casas, tranquilizando a todos. Realizamos nossa primeira refeição e após o descanso de mais ou menos 1 hora, retomamos a subida com a decisão de seguirmos para o Itapiroca e lá armar acampamento. Pegamos algumas dicas com um rapaz (que infelizmente não gravei o nome) que já realizou ataque a todos os picos da região e inclusive mencionou a dificuldade para conseguir indicações melhores para a Fazenda do Bolinha, que gera melhor acesso para chegar ao Ciririca. Seguimos adiante para abastecermos nossa água, após a bifurcação entre o Caratuva e o Pico Paraná (PP). Na bica encontramos um grupo de rapazes, estudantes de Curitiba, mas praticamente todos do interior do estado, e um rapaz que veio de Toledo passar o final de semana na reserva, que mudou seu destino para segui-los até o PP. Aguardamos um pouco mais para o Celso recuperar o fôlego. Abastecidos do líquido precioso, seguimos para a próxima bifurcação que separa a trilha do PP do Itapiroca. Ali o Fôdo e o Jeep iniciaram a subida de forma mais acelerada, pois o Fôdo ainda teria a missão de descer novamente, sem seu equipamento, para buscar o Baby e algumas provisões extras que ficaram no carro.

Continuei subindo com o Celso no ritmo dele, parando sempre que necessário para restaurar o fôlego. Essa parte da trilha é a mais íngreme, e chegamos no topo às 15h30. O Fôdo ainda não havia descido, então começamos a montagem do acampamento, enquanto ele esvaziava a mochila para começar o caminho de volta. Partiu por volta das 16h00, enquanto as três barracas ficaram prontas às 16h20. Aí foi aproveitar a vista e descansar um pouco antes de começar o planejamento do jantar. O vento era muito forte, não tínhamos como medir, mas era suficiente para nos balançar quando parados, acreditamos que pode ter chego a uns 60 ou 70 km/h. Tudo isso foi compensado pela sensação da conquista realizada e pela incrível vista que tivemos o privilégio de presenciar.

Foto 1:
Sid, Gandalf, Fôdo e Jeep
Foto 2: Nosso destino: Itapiroca

Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha

Veja também em quadrinhos: Acampamento do Pico Itapiroca



Um comentário:

  1. Ah ! que legal, eu sou um dos "um grupo de rapazes, estudantes de Curitiba". Fomos até o PP, estava muito bom lá (tirando o vento forte a noite).
    Legal o site... vou entrar periodicamente =D

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