sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Desafio 7: Acampamento no Pico Itapiroca III - A Descida

No domingo, dia 05 de setembro, próximo ao horário do almoço, havíamos terminado a incrível batalha de incluir todos os nossos apetrechos dentro das mochilas. Roupas, barracas, sacos de dormir, mantimentos, equipamentos, tudo foi acondicionado novamente. As sacolinhas de lixo recolhidas foram amarradas do lado de fora das mochilas, e as garrafas de água tomaram seus lugares para o reabastecimento que aconteceria no pé do morro. Antes de 'vesti-las' novamente, fomos em direção ao cume principal para assinarmos o livro do Itapiroca e marcarmos nossa presença. Mais alguns minutos de contemplação e algumas fotos, batemos o martelo em definitivo para retornarmos para casa naquele dia mesmo, pois as mochilas pareciam não ter diminuído um grama de peso, além das nuvens avançarem por todas as montanhas e morros à nossa volta, e também o próprio Itapiroca.
O vento havia praticamente sumido ao raiar do dia, mas com a manhã se firmando mudou de direção e agora vinha de sudeste. Havia possibilidade de chuvisco, mas como estávamos em uma área de encontro de diferentes temperaturas, não descartamos a possibilidade de chuva forte. Subir nestas condições o Caratuva, nosso próximo objetivo, não traria uma boa visibilidade e não coroaria com êxito o esforço da mesma forma como foi com o Itapiroca. Iniciamos a jornada de descida com a expectativa de realizá-la em pouco mais de 3 horas, considerando novamente as limitações físicas do Sid e também a nossa carga.
Para nossa surpresa o ritmo fluiu de forma muito bacana, e bem mais acelerado. Ninguém parecia cansado nem se importar muito com o peso às costas, mesmo parecendo exatamente igual ao dia anterior. Seguimos na mesma batida até a bifurcação com a trilha que vinha do PP, onde encontramos três rapazes que pararam para descansar. Já havíamos nos encontrado no dia anterior e decidiram vir na mesma balada até a bica. Paramos apenas uma vez pois o Sid torceu 'de leve' o tornozelo, enquanto o Fôdo disparou à frente para chegar logo na parada programada. Recuperando rapidamente o fôlego e também da dor, seguimos em frente até a bica onde o Fôdo já nos esperava. Na média, tomamos 1 litro de água fresca cada um e aproveitamos para realizar o batismo do mais novo membro do Minhocas da Terra.

Mais alguns minutos para respirar, ajustamos novamente as mochilas e tocamos em frente. Desta vez o Fôdo e o Jeep aceleraram um pouco mais para chegar até o Getúlio, que não fica muito longe dali. Eu e o Sid seguimos mais atrás, parando para registrar a bifurcação entre a trilha do PP, que seguíamos, e a do Caratuva. Em seguida chegamos no Getúlio. Cabe aqui o registro de que o Getúlio nos engana um pouco. Ele é muito comprido e a trilha sobre ele é leve, tanto na subida quando na descida. Somente no seu início, ou no fim no caso da descida, é que se torna mais íngreme e a diferença de altitude é alcançada de forma consideravelmente rápida. Um pouco antes do cume do Getúlio os outros dois nos aguardavam. Aproveitamos para mais um rápido descanso e algumas fotos a mais e então tocamos em frente, sem parar para alimentação. Aliás, depois do café reforçadíssimo logo cedo, nosso foco era apenas em descer e chegar logo na Fazenda para descarregar as mochilas no carro.

Chegamos na sede da Fazenda logo depois da 15h, e assim que chegamos nos carros localizamos um bilhete do Baby, pendurado no jeep, que dizia que ele estava por ali, havia acampado ali na base mesmo, junto com um grupo de mais outras duas barracas, e que o pessoal da Fazenda saberia que onde ele estava. Procuramos entre as barracas mas não o achamos. Perguntei por ali e lembraram que o Baby chegou no final da tarde, pois estava sozinho, mas não souberam dizer se havia subido para alguma das trilhas. Paciência, pensamos.

Convencemos o Sid a ir até a cachoeira que fica a poucos minutos, seguindo o rio que corta a entrada da área de camping. Descemos poucos minutos e chegamos na parte de cima da cachoeira Arco-Íris. E adivinhem que estava lá: o Baby! Estava com um grupo de três rapazes, os mesmos que haviam passado por nós durante o café da manhã, no alto do Itapiroca. Nos reconheceram e falaram que perguntaram por nós por todo percurso, só falto o último grupo que encontraram, exatamente nós! Chegaram a tentar contato e enviar mensagem que, se tivéssemos recebido em tempo, permitiria que Baby tivesse curtido a vista lá de cima, pelo menos durante o período da manhã até o horário da nossa descida.


De qualquer forma, aproveitamos ali o visual da cachoeira, tirando mais fotos até que decidimos encerrar nossa aventura e tomar o rumo de casa, trazendo de carona o Baby. A essa altura o tempo já estava fechando, a temperatura caindo de leve e em alguns pontos as nuvens já eram bem mais escuras que aquelas que formaram o tapete branco do amanhecer. Agora é começar a pensar no próximo desafio, e com certeza nas estratégias para retornarmos para esse local incrível. Recomendamos, com certeza!


Foto 1: Batismo do Sid - 05.09.10
Foto 2: Bifurcação da trilha: Caratuva e PP
Foto 3: Atravessando o Morro do Getúlio
Foto 4: Baby, Jeep e Fôdo na cachoeira Arco-Íris
Foto 5: Gandalf, Sid, Jeep e Fôdo após a conquista do Itapiroca (1.806m)



Gandalf
Minhocas Uh Ha Ha

Veja também em quadrinhos: Acampamento do Pico Itapiroca




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